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Elogio de Macron ao “espirito francês de resistência” é destacado pela imprensa

A homenagem da França ao tenente-coronel que salvou refém em atentado é o principal destaque na imprensa francesa desta quinta-feira (29) de março. Todos os jornais ressaltam o discurso do presidente Emmanuel Macron que elogiou “o espírito francês de resistência” e pediu união nacional no combate aos extremismos.

A homenagem da França ao tenente-coronel, Arnaud Beltrame, que salvou refém em atentado, é o princial destaque na imprensa francesa desta quinta-feira(29).
A homenagem da França ao tenente-coronel, Arnaud Beltrame, que salvou refém em atentado, é o princial destaque na imprensa francesa desta quinta-feira(29). Fotomontagem RFI
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A foto do caixão do tenente coronel Arnaud Beltrame, coberto pela bandeira francesa durante a cerimônia na manhã na fria e chuvosa de quarta-feira (28), está estampada na capa da maioria dos diários. O militar se entregou ao jihadista autor do ataque a um supermercado no sudoeste do país, na última sexta-feira (23), para salvar a vida de uma refém usada como escudo humano.

O local escolhido para o início do cortejo fúnebre em Paris já simboliza o desejo da homenagem nacional ao militar assassinado, escreve Le Figaro. O caixão partiu do Panteão, monumento em reconhecimento aos grandes homens da nação francesa, e percorreu Paris até a Esplanada do Inválidos. A cerimônia contou com a presença dos familiares das quatro vítimas dos atentados de Carassone e Trèbes e reuniu os principais representantes da República francesa, a começar pelos ex-presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande.

O jornal conservador diz que o presidente francês Emmanuel Macron não se contentou em fazer uma magnífica oração fúnebre e elogiar “o espírito francês de resistência que representa o coronel Beltrame”. Ele também quis dar uma direção, um sentido a esse ato heróico, salienta Le Figaro. O presidente fez um apelo para que “a juventude francesa dê as costas ao fanatismo” e pediu a coesão nacional no combate ao ”islamismo subterrâneo” no país.

Mireille Knoll foi lembrada

Les Echos diz que a mensagem de Macron contra o terrorismo foi forte. O presidente aproveitou para evocar também o assassinato de Mireille Knoll, a idosa judia assassinada na semana passada. "Uma mulher inocente e vulnerável foi morta porque era judia", denunciou o chefe de Estado.

O jornal econômico considera que os atentados da semana passada e o assassinato de Mireille Knoll, que provocaram uma forte emoção no país, são sinônimos de um retorno do terrorismo e da persistência de atos antissemitas. “A dupla tragédia representa a primeira grande prova do mandato de Macron”, um ano após sua eleição, avalia Les Echos.

Le Parisien também ressalta essa dupla homenagem. “Arnaud Beltrame e Mireille Knoll não tinham nenhuma razão para serem associados, mas o destino trágico os reuniu. Um militar e uma dona de casa; duas religiões, 40 anos de diferença: tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximos. A história deles ficará marcada pela coragem que tiveram Beltrame diante do islamismo e Knoll do nazismo”, afirma o editorial do diário.

Resposta a críticas da oposição

Libération escreve que é necessário voltar ao passado, provavelmente ao tempo das guerras mundiais que destruíam a Europa, para escutar da boca de um presidente uma "exaltação de patriotismo tão apaixonada". A coragem do coronel Beltrame, que aceitou morrer para que inocentes vivam surpreendeu a França, foi só um dos tópicos do discurso presidencial.

O jornal progressista lembra ainda que Macron respondeu implicitamente às críticas da oposição de direita e extrema-direita sobre as falhas de seu governo no combate ao terrorismo, ao fazer um elogio aos serviços de inteligência e aos militares: "os franceses sabem que eles fazem tudo para que o pior não aconteça".

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