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França/atentado

França homenageia militar que salvou refém em atentado

A França prestou nesta quarta-feira (28) uma homenagem nacional ao tenente-coronel Arnaud Beltrame, que se entregou ao jihadista autor do ataque a um supermercado no sudoeste do país, na sexta-feira (23) para salvar a vida de uma refém usada como escudo humano.

Cortejo escolta caixão do policial francês Arnaud Beltrame
Cortejo escolta caixão do policial francês Arnaud Beltrame (Foto:Reuters)
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A homenagem começou às 11h30, no horário local, na Esplanada dos Inválidos, com a presença das famílias das vítimas dos atentados em Carcassone e Trèbes, que deixaram quatro mortos e 15 feridos. O cortejo saiu do Panteão rumo aos Inválidos. A cerimônia, aberta ao público, teve a presença do presidente francês Emmanuel Macron, que pronunciou um discurso fúnebre.

O chefe de Estado francês entregou a legião de honra póstuma ao policial, que ele qualificou de “herói”, por ter doado sua própria vida “para proteger os cidadãos”. A homenagem nacional seguiu um programa detalhado e começou com a difusão da Marselhesa, o hino nacional francês. Em seguida, o presidente, que também é o chefe das Forças Armadas, vistoriou as tropas do exército francês.

O caixão do policial chegou em seguida, e os parentes das vítimas discursaram antes do chefe de Estado. A cerimônia terminou com as honras fúnebres militares e é encerrada com a Marselhesa. Entre as personalidades que receberam uma homenagem nacional, reservada a personalidades com uma trajetória excepcional, estão a ex-primeira ministra da Saúde, Simone Veil, ou o ex-primeiro-ministro Michel Rocard. Como eles, o oficial foi enterrado no Panteão.

Um minuto de silêncio também foi observado às 10h em todos os quarteis e delegacias. Nas secretarias de segurança pública, as bandeiras foram hasteadas a meio mastro.

Emoção toma conta do país

A morte de Beltrame, de 44 anos, emocionou todo o país e ultrapassou fronteiras. O papa e o presidente americano, Donald Trump, também enviaram condolências e elogiaram a atitude do policial. Depois de ficar duas horas e meia nas mãos do terrorista Radouane Lakdim, ele foi esfaqueado no pescoço, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Para facilitar a intervenção da polícia no supermercado Super U de Trèbes, invadido pelo jihadista, ele deixou o celular ligado e aberto. Desta forma, os policiais puderam ouvir o que acontecia no local e neutralizar o terrorista, que tinha uma faca e uma arma e três explosivos artesanais. Antes de atacar o supermercado, ele havia roubado um carro, matado o passageiro e ferido o motorista, além de ter atirado em um grupo de militares que se exercitava perto de um quartel.

Investigação avança

A companheira de Radouane Lakdim, de 18 anos, foi indiciada nesta terça-feira (27) por terrorismo. O ministro do Interior, Gérard Collomb, disse ontem em entrevista à rádio France Inter que o autor dos ataques havia recebido uma convocação da DGSI (Direção Geral de Segurança Interna) para uma entrevista. Monitorado desde 2015 por radicalização, ele não apresentava um comportamento que levantasse suspeitas sobre um projeto de atentado.

O ataque no sudoeste foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico. A polícia também encontrou um texto parecido com um testamento na casa do jihadista, que se identificou como um "soldado do grupo EI".

 

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