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Justiça intervirá se jihadistas franceses forem condenados à morte no Oriente Médio

O governo francês "intervirá" se os jihadistas franceses detidos no Iraque ou na Síria forem condenados à morte, declarou neste domingo (28) a ministra da Justiça da França, Nicole Belloubet, sem dar mais detalhes.

Mulher cujo marido é acusado de pertencer ao grupo Estado Islâmico caminha num campo em Mossul, no Iraque, em julho de 2017..
Mulher cujo marido é acusado de pertencer ao grupo Estado Islâmico caminha num campo em Mossul, no Iraque, em julho de 2017.. Fuente: Reuters.
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"É claro que se houvesse pena capital, o Estado francês iria intervir", declarou Belloubet à imprensa francesa neste domingo (28). Pressionada para especificar quais ações seriam possíveis se houver pena de morte para jihadistas franceses, a ministra apenas disse que poderia "negociar com o Estado em questão". "Mais uma vez, seria um tratamento caso a caso", resumiu.

Suas declarações acontecem no meio de um debate acalorado na França sobre o destino dos cidadãos franceses que se juntaram às fileiras do grupo do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, e que foram presos nesses países. Até agora, o governo francês exprimiu o desejo de que essas pessoas sejam julgadas no local em que se encontram, desde que recebam um julgamento justo.

"Como ministra da Justiça, obviamente estou extremamente comprometida com um julgamento justo", disse Belloubet. Mas muitos franceses denunciaram essa abordagem da Justiça de seu país, assegurando que isso poderia levar à condenaçéao de cidadãos franceses à pena de morte, especialmente no Iraque, onde a pena capital se encontra em vigor. Em 22 de janeiro, pela primeira vez, uma mulher alemã foi condenada à morte no Iraque por se juntar ao EI.

Desde então, os advogados de dois jihadistas franceses detidos no Iraque solicitaram ao presidente francês, Emmanuel Macron, "uma mobilização sem falhas" caso fossem condenados à morte.

“Bombas-relógio”

A ministra da Justiça também voltou a abordar o caso dos filhos de jihadistas franceses que retornaram do Iraque e da Síria, na sequência da derrota do EI. “Essas crianças podem ser bombas-relógio depois de tudo o que viram", advertiu o procurador de Paris, François Molins.

Belloubet disse no domingo que cada uma das 66 crianças que retornou dos campos de batalha, dos quais dois terços são menores de cinco anos, foram "colocadas sob tutela". "Nenhuma dessas crianças foi abandonada", acrescentou, argumentando que os mais jovens foram colocados em famílias de acolhimento ou, sob certas condições, com parentes. Aqueles que são culpados de atos "sérios" e têm a idade necessária "podem ser presos", disse a ministra.

Dezenas de jihadistas franceses estão atualmente em campos ou prisões no Iraque ou na Síria ao lado de dezenas de menores, de acordo com uma fonte policial.

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