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"One Planet"

Macron pede mobilização mais forte sobre o clima em entrevista ao Le Monde

A conferência sobre as mudanças climáticas "One Planet", realizada nesta terça-feira (12) nos arredores de Paris, é o principal destaque da imprensa. Os jornais mostram como o setor privado, principalmente as grandes empresas, tomam a dianteira do combate ao aquecimento global.

"A Terra é nosso único planeta", diz o outdoor na entrada do local onde acontece a conferência "One Planet".
"A Terra é nosso único planeta", diz o outdoor na entrada do local onde acontece a conferência "One Planet". LUDOVIC MARIN / AFP
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Em entrevista ao Le Monde, o presidente Emmanuel Macron diz que o mundo necessita de uma mobilização "muito mais forte para conter a alta da temperatura da Terra abaixo de 2°C ou 1,5°C". "Sem um choque em nossos modos de produção e de desenvolvimento, não iremos conseguir", adverte o líder francês. Ele reconhece que a saída dos Estados Unidos fragilizou o Acordo de Paris, assinado por mais de 190 países em 2015. "O que vai salvar o clima não serão os grandes encontros diplomáticos clássicos, e sim uma mobilização diária, com muito mais transparência e uma atenção permanente do conjunto da sociedade".

A cúpula "One Planet" discute o financiamento de soluções para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Nesta segunda-feira, na abertura dos debates, 89 grandes grupos empresariais franceses anunciaram o compromisso de reduzir suas emissões e investir em soluções compatíveis com uma economia de baixo carbono. A França quer dar o exemplo, observa a imprensa.

O jornal econômico Les Echos apresenta em sua manchete um ambicioso projeto anunciado pela francesa EDF. A companhia pública de eletricidade quer dar uma guinada estratégica, visando a produção de energia solar em território francês. A EDF promete se dotar, em 15 anos, de um enorme parque de painéis fotovoltáicos, com usinas que teriam uma área equivalente a 40 mil campos de futebol. A empresa anunciou investimentos de 25 bilhões de euros nesse projeto para o período de 2020 a 2035.

Le Figaro lembra em seu editorial que investir no meio ambiente é um bom negócio e que o setor privado já percebeu quais são as vantagens. Ainda há muito a ser feito, mas a economia verde ganha espaço na França, afirma o diário.

Em busca de leadership

O jornal de esquerda Libération nota em seu editorial que Macron não é um ecologista convicto, além de ser um defensor do mercado financeiro, mas tem o mérito de ter convocado esta conferência "no momento em que o presidente americano, Donald Trump, promove tantos ataques contra o multilateralismo". Segundo o Libération, Macron aproveita o espaço deixado vago por Trump e outros líderes europeus, como a britânica Thereza May, e a alemã Angela Merkel, para atrair para si uma liderança que vai tornar o planeta "great again".

A expressão recorda o vídeo que Macron publicou no Twitter, quando Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris em junho. Recém-eleito na época, Macron usou a frase "Torne o nosso planeta grande outra vez" contra o sologan eleitoral de Trump, "Torne a América Grande novamente". O francês foi muito elogiado pela iniciativa.

O jornal católico La Croix sublinha que a imaginação de muita gente está em busca de soluções inovadoras para salvar o planeta. Para o L'Humanité, é preciso mudar a lógica de rentabilidade do capitalismo pela corresponsabilidade ecológica. As empresas devem construir outros critérios de gestão e investimento, assinala L'Humanité.

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