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Imprensa

Imigrantes ilegais delinquentes serão expulsos, diz Macron em entrevista para a TV

A imprensa francesa desta segunda-feira (16) dá grande destaque à primeira entrevista concedida pelo presidente Emmanuel Macron às redes privadas de televisão.

Macron: "Precisamos de homens e mulheres bem-sucedidas que possam inspirar os outros".
Macron: "Precisamos de homens e mulheres bem-sucedidas que possam inspirar os outros". REUTERS/Philippe Wojazer
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A entrevista, que durou mais de uma hora, foi ao ar no domingo, às oito horas da noite, pelas redes TF1 e LCI. Avesso às coletivas, Macron vinha sendo criticado por sua falta de comunicação direta com os eleitores - uma falha que já havia provocado uma queda de 45 para 37 pontos na sua popularidade nos primeiros quatro meses do seu mandato.

O combate ao desemprego

"O desemprego em massa é a grande chaga da nossa sociedade", disse Macron para justificar a sua política de investimentos na educação profissional, nos estágios e na reforma do seguro-desemprego.

As novas medidas, porém, deixam alguns analistas da imprensa preocupados. Se, por um lado, os desempregados terão mais oportunidades de se formar numa nova profissão, por outro, terão menos chances de recusar uma vaga de trabalho oferecido pelas agências do governo.

Na entrevista, Macron prometeu resultados concretos em no máximo dois anos, com o objetivo final de se chegar a uma taxa de desemprego de 7% da população ativa, isto é, bem abaixo dos atuais 9,5%, que está acima dos níveis da Inglaterra e da Alemanha.

O “presidente dos ricos”

Macron também foi questionado pelos jornalistas sobre a sua reforma do Imposto sobre a Fortuna, que deixa de tributar os investimentos financeiros para se concentrar no patrimônio imobiliário.

De todas as recentes medidas reformistas do presidente, essa foi a que provocou maior reação da imprensa de centro-esquerda, que passou a rotular Macron de “o presidente dos ricos”.

Em sua defesa, Emmanuel Macron explicou que o imposto de 75% sobre a fortuna criado pelo governo anterior, de François Hollande, não fazia mais sentido, até porque o projeto dos socialistas havia sido barrado no Conselho Constitucional.

Macron prefere que o capital financeiro esteja livre de impostos para que mais investimentos sejam feitos em empresas francesas, sobretudo em novas tecnologias.

Repetindo a máxima da política neoliberal, o presidente diz que a França precisa de “homens e mulheres bem-sucedidas que possam inspirar todos os outros”.

Nos jornais desta manhã, porém, os críticos de Macron lembram que nada poderá forçar os mais ricos a investirem na própria França o dinheiro poupado pela ausência de tributação. Muito desse capital pode, simplesmente, ser aplicado em mercados mais lucrativos.

Segurança interna ameaçada

Questionado sobre a segurança da França, Macron declarou que a proteção é a primeira missão do Estado. Ao lembrar o assassinato de duas mulheres por um imigrante ilegal, ocorrido em Marselha, na semana passada, o presidente declarou que será inflexível com os delinquentes:

“Todo imigrante em situação irregular que cometa um delito qualquer será imediatamente expulso do país”, disse o presidente, prometendo que os procedimentos de expulsão serão mais eficazes sob o seu governo.

Por fim, segundo a imprensa, a entrevista de uma hora de duração poderia ter sido melhor se tivesse abordado dois assuntos nos quais a França exerce papel de destaque: a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas e a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

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