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Imprensa

20% das adolescentes francesas estão abaixo do peso normal

A imprensa francesa destaca um fenômeno preocupante no país: a magreza extrema aumenta cada vez mais entre as adolescentes do país. Um estudo publicado publicado nesta terça-feira (13) soa o alarme para pais e educadores: uma em cada cinco meninas de 11 a 14 anos pesa menos do que o normal.

A magreza extrema de jovens franceses é destaque na imprensa francesa desta terça-feira (13).
A magreza extrema de jovens franceses é destaque na imprensa francesa desta terça-feira (13). Pixabay
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As razões são várias, escreve o jornal Aujourd'hui en France, mas estão estritamente relacionadas à imposição de corpos cada vez mais magros pelas mídias. E essa exigência pesa sobre os adolescentes, ressalta o diário.

Um especialista entrevistado pelo diário alerta que quase 20% das adolescentes francesas, hoje com peso abaixo do normal, correm o risco de desenvolver anorexia. Entre os garotos, a taxa de magreza extrema chega a pouco mais de 11%.

As autoridades alertam que, além de distúrbios como a anorexia e a bulimia, a obsessão pela magreza pode desencadear também outros problemas de saúde. Pesar muito menos do que o normal na puberdade modifica, por exemplo, o funcionamento do organismo, e pode diminuir as capacidades físicas das jovens para a vida inteira.

A notícia é surpreendente, no momento em que o mundo luta contra o aumento da obesidade. Na segunda-feira (12) a revista médica americana New England Journal of Medicine publicou que o número de pessoas com sobrepeso mais do que dobrou em 73 países desde 1980. Atualmente quase 108 milhões de crianças e adolescentes são obesos no mundo.

De acordo com o jornal, até hoje na França o Programa Nacional de Nutrição e Saúde focava especialmente no sobrepeso dos jovens. Mas, de acordo com especialistas entrevistados pelo Aujourd'hui en France, os novos dados sobre a magreza devem dar uma outra dimensão ao programa.

Problema deve ser detectado pelos pais

Philippe Duverger, o chefe do serviço de psiquiatria infantil do Hospital Universitário de Angers, no leste da França, ouvido pelo diário, alerta que a detecção do problema deve ser feita pelos pais. Segundo ele, o preocupante não são os adolescentes que sempre foram magros, mas aqueles que passam a perder muito peso rapidamente devido à uma obsessão repentina.

Além disso, adverte, os distúrbios alimentares estão conjugados a mudanças de comportamento, como isolamento social, dificuldades na escola e distúrbios do sono. Por isso, de acordo com Duverger, o primeiro passo é conversar com os jovens. "Hoje falamos abertamente sobre o sobrepeso, mas a magreza é minimizada", salienta.

O especialista também aconselha aos pais a buscarem a ajuda profissional para gerenciar o problema. O principal objetivo, segundo ele, é descobrir o que pode estar por trás desta obsessão antes que o distúrbio evolua e se torne, por exemplo, uma depressão.

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