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Hollande diz que próximo alvo pode ser a cidade síria de Raqa

O presidente francês, François Hollande, disse nesta quinta-feira (20) que Raqa, no norte da Síria, poderia ser o "próximo alvo" da coalizão ocidental depois da tomada da cidade iraquiana de Mossul, caso os líderes do grupo Estado Islâmico (EI) busquem refúgio no local.

François Hollande
François Hollande REUTERS/Vincent Kessler
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Ele deu a declaração durante a cúpula sobre o tema em Bruxelas. "Mas, no momento, temos que assegurar a vitória em Mossul", disse à imprensa.

"Mossul ainda não foi reconquistada. São os iraquianos, apoiados pela coalizão ocidental, e os curdos que devem reconquistá-la", ressaltou. "Lembro que Mossul é a capital do EI, é de lá que os líderes comandam os atentados na França e em outros lugares do mundo."

Para Hollande, a tomada de Mossul garantirá também a inclusão de todas as minorias, para evitar um desencadeamento da violência após a reconquista pelas forças aliadas.

O presidente francês fez questão de diferenciar a ação militar em Mossul daquela do "regime sírio e do seu aliado russo" em Aleppo. "Enquanto, em Mossul, tentamos proteger a população civil, em Aleppo os bombardeios matam indiscriminadamente."

Sanções contra a Rússia

Os 28 países da UE que participam da cúpula propõem sanções adicionais contra o apoio da Rússia ao regime sírio, segundo um rascunho do projeto ao qual a agência France Presse teve acesso.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi clara ao chegar à sua primeira cúpula europeia, pedindo uma resposta "forte e unida" da UE frente à Rússia. "É vital que continuemos trabalhando juntos com o objetivo de pressionar a Rússia para que detenha suas abomináveis e repugnantes atrocidades na Síria", afirmou.

A ameaça de sanções contra a Rússia ganhou força depois que o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não excluíram a medida na véspera, ao término de uma reunião em Berlim com o presidente russo, Vladimir Putin.

Um texto anterior sobre o mesmo tema, aprovado na segunda-feira pelos 28 ministros das Relações Exteriores, citava possíveis novas sanções contra sírios que apoiam o regime de Bashar al-Assad.

Essa especificação sobre a nacionalidade não aparece no novo projeto de acordo da reunião europeia, o que dá a entender que a Rússia poderia ser incluída.

"A União Europeia está estudando todas as opções, incluindo medidas restritivas adicionais contra os indivíduos ou as entidades que respaldem o regime, caso as atrocidades atuais continuem", afirma o rascunho das conclusões da reunião.

Crimes de guerra

Na segunda-feira, no documento adotado pelos chefes da diplomacia dos países do bloco, a UE decidiu continuar reunindo provas para que os responsáveis pelos bombardeios contra Aleppo sejam acusados de "crimes de guerra" no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.

No rascunho do texto dos 28, ao qual a AFP teve acesso, há a inclusão de uma advertência aos aliados do regime sírio, como a Rússia, de que "todas as opções são estudadas, incluindo medidas restritivas adicionais, se as atuais atrocidades continuarem".

"A UE deve ter todas as opções em aberto, incluindo as sanções, se os crimes continuarem", enfatizou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para quem será difícil evocar o caso russo sem fazer referência aos ataques contra a população civil e hospitais em Aleppo.

Mas a UE se mostra dividida até o momento sobre a possibilidade de impor sanções à Rússia, como já pediram no fim de semana o Reino Unido e os Estados Unidos, obtendo o apoio de 333 dos 571 europarlamentares.

A reunião dos dirigentes europeus acontece quando Aleppo vive uma nova trégua aceita pela Rússia e a Síria para que a população possa receber atendimento ou deixar a cidade.

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