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França

Grevistas provocam ruptura de estoque de combustível em mais de 1500 postos na França

O setor petrolífero se tornou o novo alvo dos opositores à reforma trabalhista na França. Grevistas bloquearam os depósitos de distribuição de combustível provocando a ruptura de estoque e filas gigantescas em mais de 1500 postos de abastecimentos do país nesta segunda-feira (23).

Cartaz diante de posto avisa clientes da falta de combustível, como em outros cerca de 1500 locais da França.
Cartaz diante de posto avisa clientes da falta de combustível, como em outros cerca de 1500 locais da França. © Reuters
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Centenas de militantes da CGT bloquearam, na noite de domingo (22), um dos depósitos de petróleo na região de Bouches-du-Rhône, no sul do país. Já os empregados de uma base de Seine-et-Marne, ao leste de Paris, votaram nesta segunda-feira (23) a interrupção da produção na refinaria de Grandpuits que, apesar de ser a menor do grupo Total na França, é a mais próxima da capital, o que pode ter um impacto quase imediato no fornecimento dos postos na região. Medidas semelhantes também foram registradas na região de Marselha (sul), onde cerca de 500 manifestantes bloquearam uma refinaria da Esso.

Segundo os sindicatos, das oito refinarias de petróleo da França metropolitana, seis já foram afetadas pelo movimento. A empresa Total, que possui 2.200 postos de combustível no país (de um total de 12 mil no território nacional), confirmou que 612 registravam ruptura parcial ou total de combustível.

Encher o tanque temendo não ter combustível amanhã

Em entrevista à RFI, Francis Perrin, presidente da consultoria e editora Stratégies et Politiques Energétiques, explica que a França ainda não vive uma crise de falta de combustível por causa da mobilização dos grevistas, “mas a hipótese não pode ser descartada”. Segundo ele, o país detém três meses de estoque “estratégico”, mas a evolução da situação é imprevisível, pois ainda não se sabe quanto tempo o movimento vai durar e, enquanto isso, um espécie de pânico se instalou na população “que está enchendo seus tanques hoje, temendo não tem mais combustível amanhã”.

Para os ministros franceses das Finanças, Michel Sapin, e do Trabalho, Myriam El Khomri, as ações dos sindicatos contra a reforma trabalhista colocam a população em situação de refém do movimento. Mas se depender das organizações trabalhistas, a mobilização deve continuar por “pelo menos uma semana”, como explicou Emmanuel Lépine, representante do setor do petróleo na CGT, um dos principais sindicatos do país.

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