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Imprensa

Libération diz que extrema-direita francesa vive "crise de identidade"

A pouco mais de um ano das próximas eleições presidenciais na França, os partidos políticos do país afinam suas estratégias para conquistar o eleitorado. Depois de obter uma inédita popularidade entre os franceses, a extrema-direita pena para se recobrar da recaída. Para o Libération desta sexta-feira (5), a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, vive um verdadeiro pesadelo, diante da queda cada vez mais frequente nas pesquisas de opinião.

Capa do jornal francês Libération desta sexta-feira, 5 de fevereiro de 2015.
Capa do jornal francês Libération desta sexta-feira, 5 de fevereiro de 2015. liberation.fr
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"Crise de identidade": estampa o diário Libération de hoje, com uma foto da líder da extrema-direita, Marine Le Pen, ao lado do vice-presidente do FN, Florian Phillipot. Depois do fracasso da legenda nas eleições regionais, em dezembro, os representantes da Frente Nacional se reúnem neste fim de semana para, segundo o Libé, "um raro exercício de auto-crítica".

O objetivo é discutir os obstáculos que impedem a legenda a realizar novos progressos eleitorais. O FN vinha registrando um inédito crescimento na política francesa nos últimos anos, mas o feitiço virou contra o feiticeiro, ou melhor, contra "a feiticeira" nos últimos meses.

De acordo com uma pesquisa divulgada nesta manhã pela rádio France Info, a popularidade de Marine Le Pen está no vermelho. Enquanto 66% dos entrevistados acreditam que a líder da extrema-direita não seria uma boa presidente, 56% consideram que seu partido representa um verdadeiro perigo para a democracia.

Sarkozy tenta se realiar com os conservadores

Quem tenta se aproveitar desta queda de popularidade é o ex-presidente Nicolas Sarkozy, líder do partido de direita Republicanos. Também com a imagem prejudicada diante do eleitorado francês, ele tenta se reconciliar com seus antigos admiradores, ressalta o jornal Aujourd'hui en France.

Há algumas semanas, quando lançou seu livro "A França Para Sempre", o ex-presidente explicou que, se voltasse a se eleger, não anularia a lei do casamento entre as pessoas do mesmo sexo, criada durante o governo do atual presidente François Hollande. A declaração gerou a ira dos militantes da organização Manif Pour Tous, contra o casamento gay.

Temendo perder o apoio do eleitorado conservador, o Aujourd'hui en France revela que Sarkozy deve nomear uma representante do movimento contra o casamento gay como delegada responsável por assuntos relcionados à família no partido Republicanos. Uma tentativa de reconquistar eleitores franceses mais conservadores, de olho na corrida eleitoral, escreve o diário.

Sarkozy também aposta na auto-promoção, estratégia em que é mestre. O jornal Le Figaro publica uma matéria hoje ressaltando o "mea culpa" interpretado pelo líder da direita na noite interior no programa "Palavras e Atos" da emissora France 2. O ex-presidente garantiu que fez tudo o que pôde pela França em seus cinco anos de governo, de 2007 a 2012.

Socialistas querem conquistar jovens da periferia

Já o Partido Socialista foca seus esforços na periferia francesa. O ministro da Economia, Emmanuel Macron, se deu um novo desafio: reconquistar os jovens das regiões mais pobres da França. Por isso, na tarde desta sexta-feira, ele promove um encontro com mil estudantes da periferia de Paris sob a justificativa de colocá-los em contato com grandes empresas francesas.

Segundo o Aujourd'hui en France, Macron prepara uma série de medidas para ajudar os jovens pobres a se inserir no mercado de trabalho. "O que eu quero é dar o direto a esses jovens de ter sucesso", declarou o ministro ao jornal.

Entrevistados pelo diário, diversos participantes do evento manifestaram simpatia ao ministro da Economia. "Quero ser rica como ele", disse uma estudante de direito da Universidade de Saint Denis, na periferia de Paris.

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