Perdendo espaço até na direita, Sarkozy lança livro
Nicolas Sarkozy não admite em público, mas sempre foi clara a sua vontade de voltar ao palácio do Eliseu. Em plena queda de popularidade até entre a direita, o ex-presidente francês lança nesta segunda-feira (25) o livro “La France pour la vie” (“A França Para Sempre”, em tradução livre), para tentar um “mea culpa” e reconquistar o eleitorado.
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Em entrevista a um jornal francês no final de semana, Sarkozy nega que seu sétimo livro seja “uma ferramenta de comunicação”, nem “uma declaração de candidatura” às primárias do partido Os Republicanos, que acontece nos dias 20 e 27 de novembro. ‘Não tento convencer, tento explicar a complexidade de sentimentos e eventos”, disse.
A imprensa francesa fala em “operação de redenção”, uma “última tentativa” do ex-presidente para mostrar que ainda é o candidato da direita. “Sarkozy admite 27 erros, mas todos mínimos”, diz o jornal République des Pyrénées. “O livro é uma coleção de angústias de um candidato a uma segunda chance que mal consegue ser ouvido”, relata o editorial do “Courrier Picard”.
Sarkozy não convence simpatizantes de direita e centro
Uma das gafes mais conhecidas é quando Sarkozy foi filmado dizendo a um homem que se recusava a lhe dar a mão em um evento: “Dá o fora, idiota”. No livro, ele diz que foi sua parte “humana” que lançou o insulto, pois “um presidente insultado deve permanecer calado”.
Segundo uma pesquisa do instituto Elabe para a rede de TV BFM, os simpatizantes de direita e centro estão muito céticos em relação à volta de Sarkozy, mesmo se uma pequena maioria (52% contra 47%), tem saudades de seu governo.
Para 53% dos entrevistados (contra 37%), Sarkozy é “um problema para a direita”. Para 60%, Sarkozy já teve sua chance. Já 63% acham que o ex-presidente “divide os franceses”.
Ex-presidente confia na estima dos eleitores
Em relação a esses números, Sarkozy declarou: “É como um casal que se divorcia – eles se insultam, mas no fundo ainda se amam”. E acrescentou: “É porque a página ainda não foi virada”.
Nos bastidores políticos, amigos próximos a Sarkozy pressionam para que ele lance logo sua candidatura, uma vez que os colegas de direita Alain Juppé (preferido das pesquisas) e François Fillon investem há meses na campanha para indicação do partido Os Republicanos
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