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Morre estilista Courrèges, um dos inventores da minissaia

O francês André Courrèges, um dos principais nomes da moda na década de 1960, morreu aos 92 anos. O estilista, que se ficou conhecido por defender um estilo futurista, entrou para a história como um dos criadores da minissaia.

Estilista André Courrèges (d) durante uma de suas apresentações nos anos 1980.
Estilista André Courrèges (d) durante uma de suas apresentações nos anos 1980. REUTERS/Pascal Rossignol
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A década de 1960 foi marcada por grandes transformações em todo o mundo. Enquanto o homem concretizava sua conquista do espaço, na Terra, os jovens ganhavam força nas ruas, sendo reconhecidos pela sociedade como atores políticos, mas também como consumidores. A moda, que não poderia ignorar esse fenômeno, entrou na onda, tendo como um de seus principais representantes o estilista André Courrèges.

O francês, que morreu na quinta-feira (7) em Paris, após uma batalha de 30 anos contra o Mal de Parkinson, foi um dos primeiros a entender que as roupas não deveriam ser feitas pensando apenas nas senhoras da alta sociedade. O engenheiro de formação soube como poucos capturar os desejos de uma nova geração cada vez mais influente. Filho de um mordomo, ele bifurcou para a moda logo após a Segunda Guerra Mundial, quando passou pela escola da Câmara Sindical da Alta-Costura de Paris, antes de trabalhar, durante dez anos, ao lado do espanhol Balenciaga.

Botas brancas e muito vinil nas passarelas

Foi atuando junto ao mestre da moda arquitetônica que Courrèges aprendeu a importância das formas ousadas e inovadoras. No entanto, mesmo se essa experiência o influenciou muito, ao fundar sua própria marca, em 1961, a principal fonte de inspiração veio do espaço. As linhas puras dos vestidos curtos com detalhes em vinil, apresentados com botas brancas e sem salto deram, desde as primeiras coleções, o toque de futurismo que marcou sua moda. Os desfiles teatrais, com modelos fazendo poses inusitadas, completavam a performance, que se tornou um de suas marcas registradas.

A estética do estilista chocou as clientes tradicionais da alta-costura, mas conquistou rapidamente as jovens, ainda mais quando ele começou a propor vestidos cada vez mais curtos. E ainda que a britânica Mary Quant seja reconhecida pelos historiadores como a inventora da minissaia, o francês foi o primeiro a impor a peça na alta-costura .

Marca voltou a desfilar em 2015

O estilista se aposentou em 1994, passando a se dedicar à pintura e à escultura e deixando sua esposa, Coqueline, à frente dos negócios. Apesar de manter sua imponente loja totalmente branca na rua François 1er, um dos principais endereços do luxo parisiense, a marca Courrèges estava praticamente adormecida nos últimos anos. Os vestidos trapézio e as botas de borracha inspiradas na ficção científica, que embalaram sua época áurea, não evoluíram e, assim como Pierre Cardin, o nome vivia graças às licenças de produtos derivados pelo mundo afora.

Graças a um renascimento orquestrado pelos publicitários Jacques Bungert e Frédéric Torloting, que compraram a grife em 2011, a marca voltou a desfilar em setembro de 2015, após anos longe das passarelas. O comeback foi pilotado por Arnaud Vaillant e Sébastien Meyer, dupla de estilistas contratada para dar o tom da “nova” Courrèges, uma das poucas marcas independentes do setor, que já despertou o interesse de gigantes do luxo, como os grupos LVMH e Kering.

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