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França/Política

Ressentido, Le Pen critica a filha por expulsá-lo do partido

Depois de ser expulso, na véspera, do partido que ele mesmo criou, o líder histórico da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, ironizou nesta sexta-feira (21) o fato de não ter sido expulso "diretamente pela filha", Marine Le Pen que, segundo ele, comandava por telefone o seu pelotão de fuzilamento. "É uma coisa feia matar o próprio pai, por isso ela não matou o pai diretamente, ela o fez através de seus auxiliares", disse durante a mesma entrevista.

Jean-Marie Le Pen depois de reunião da Frente Nacional que decidiu pela sua expulsão, em 20 de agosto de 2015.
Jean-Marie Le Pen depois de reunião da Frente Nacional que decidiu pela sua expulsão, em 20 de agosto de 2015. REUTERS/Christian Hartmann
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Já em declarações à rádio Europe 1, Le Pen excluiu a hipótese de criar outro partido, o que era temido pelos dirigentes da Frente Nacional a poucos meses das eleições regionais nas quais a formação tem grandes ambições. "Lanço um chamado aos eleitores e membros da Frente Nacional para dizer que se unam, fiquem onde estão, não se demitam. Temos a ambição de reconquistar nosso partido, nosso movimento", enfatizou. "Eu sou a Frente Nacional", disse, ainda reiterando que recorrerá da decisão de expulsão ante a justiça.

A exclusão

Jean-Marie Le Pen foi excluído na quinta-feira (20), aos 87 anos, do partido que ele fundou e dirigiu por cerca de 40 anos. "A decisão completa será notificada em breve ao sr. Le Pen, que foi submetido a um procedimento disciplinar depois de declarações polêmicas, racistas e antissemitas", informou um comunicado da FN. Le Pen reagiu imediatamente declarando se sentir indignado com a decisão do partido. "Eu me sinto vítima de uma emboscada", disse ao canal I-Téle.

Sua exclusão foi adotada pela maioria dos membros do conselho executivo depois de uma audiência, na qual Marine Le Pen se absteve de participar por conflito de interesses. "Os membros do bureau executivo defenderam o interesse superior do movimento diante de um comportamento cada vez mais hostil e prejudicial", estimou Marine Le Pen, assinalando uma "saída" lógica para alguém que "multiplicou seus erros".

Em julho, a justiça francesa anulou a decisão do partido de suspender a militância do líder extremista. Durante sua longa carreira, Jean-Marie Le Pen foi o encarregado de despertar uma extrema-direita até então desqualificada pelos anos do "colaboracionismo" com a Alemanha nazista.

Eleições 2017

Esta expulsão definitiva acontece cinco meses depois do início da crise entre pai e filha, que desde que assumiu o comando do partido começou a evitar os discursos mais extremos, apesar de manter sua posição nacionalista e contrária à imigração.

Esta estratégia de "normalização" visando sua candidatura às eleições presidenciais de 2017 na França, para as quais as pesquisas a colocam no segundo turno, não evitaram uma aproximação com outros partidos para formar um grupo no Parlamento europeu.

 

(Com informações da AFP)

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