Tribunal anula suspensão de Jean-Marie Le Pen da Frente Nacional
A justiça francesa anulou nesta quinta-feira (2) a suspensão da Frente Nacional (FN) aplicada a Jean-Marie Le Pen, líder histórico deste partido de extrema-direita, agora dirigido por sua filha, Marine Le Pen. O tribunal de grande instância de Nanterre (periferia de Paris) anulou o afastamento por uma questão de forma. A decisão tinha sido tomada em uma reunião do diretório executivo do partido no dia 4 de maio.
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"A Frente Nacional deverá restabelecer a Jean-Marie Le Pen todos os direitos anexos a sua condição de membro, e, chegado o caso, a de presidente honorário", decidiu o tribunal.
A legenda suspendeu Le Pen, de 87 anos, atualmente eurodeputado, por causa de declarações polêmicas sobre o holocausto e a imigração. As provocações do líder de extrema-direita, um veterano na política francesa, prejudicam a política de conquista de poder iniciada por sua filha e sucessora Marine Le Pen, que tem planos de ser eleita presidente do país em 2017.
Marine Le Pen, de 46 anos, disse ter ficado suspresa com a decisão da justiça e anunciou que vai recorrer. Ela acrescentou que o julgamento não altera em nada o processo de exclusão de seu pai das instâncias superiores do partido. "A suspensão era transitória, enquanto aguardamos a decisão da assembleia geral extraordinária que vai ratificar mudanças no estatuto do partido", afirmou. A FN organizou um congresso por via postal, no qual os militantes deverão aprovar o novo organograma e modo de funcionamento do partido, agora sem o cargo de presidente honorário, atribuído no passado a Jean-Marie Le Pen. Os 51 mil militantes da sigla têm até o dia 10 de julho para votar.
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