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França/Le Pen

Decisão sobre suspensão de Le Pen da Frente Nacional é prorrogada

Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema-direita francesa e pai da presidente do partido Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, compareceu nesta sexta-feira (12) ao tribunal de Nanterre, na periferia de Paris, para contestar sua suspensão da legenda, que considera "ilegal, anormal e excessiva". Depois de mais de duas horas de debate, a decisão foi prorrogada para o dia 2 de julho.

Jean-Marie Le Pen, ao invadir o palanque da Frente Nacional no momento do discurso de Marine Le Pen, no último 1° de maio.
Jean-Marie Le Pen, ao invadir o palanque da Frente Nacional no momento do discurso de Marine Le Pen, no último 1° de maio. REUTERS/Philippe Wojazer
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Criador da Frente Nacional, que presidiu durante cerca de 40 anos, Le Pen assistiu impassível à audiência que contestava sua suspensão. "Não há nenhuma garantia de democracia no funcionamento interno da Frente Nacional. Foi isso que me levou a apelar à justiça", declarou.

Jean-Marie Le Pen, que completa 87 anos em breve, contesta sobretudo a privação de direitos como presidente de honra do partido. Para ele, as funções que exerce desde 2011 não estão relacionadas ao status de membro, o que impediria sua suspensão.

A poucos quilômetros de distância do tribunal, no escritório da Frente Nacional, Marine Le Pen apresentava um procedimento para acabar com o cargo de presidente de honra. "É uma nova página para o partido, para terminarmos com os insultos", declarou o número 2 da legenda, Florian Philippot.

Mais cedo, a presidente do partido, Marine Le Pen, declarou ao canal de televisão LCI não ter medo da ofensiva organizada pelo pai. "O FN vai muito bem e está em coesão com ele mesmo. O caso Jean-Marie Le Pen vai ser decidido diante dos tribunais e diante dos militantes", declarou.

Guerra entre pai e filha

A suspensão do líder histórico do FN foi aprovada pela direção da legenda após novas provocações de Le Pen. Em abril, o veterano condeceu uma entrevista ao jornal de extrema-direita Rivarol. Na ocasião, ele criticou a estratégia política da filha, defendeu o ex-marechal Pétain − chefe do regime de Vichy, que colaborou com a Alemanha nazista −, desdenhou a democracia e ainda fez um apelo para salvar "os brancos".

Segundo Le Pen, as câmaras de gás em que milhares de judeus foram dizimados nos campos de concentração nazistas são "um detalhe da história". O ex-presidente do FN também tem horror a estrangeiros e se refere ao primeiro-ministro Manuel Valls, filho de pai espanhol e mãe suíça, naturalizado francês em 1982, de "imigrante Valls".

Desde que assumiu o controle da Frente Nacional, Marine Le Pen tenta se livrar da imagem racista e antissemita do partido para conquistar o poder. Ela pretende concorrer às eleições presidenciais de 2017 e é apontada pelas pesquisas como vitoriosa no primeiro turno, frente a adversários como o ex-presidente Nicolas Sarkozy, o atual presidente François Hollande ou o primeiro-ministro Manuel Valls.

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