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França/Pobreza

Preconceito contra pobres é grande na França

A associação francesa ATD Quarto Mundo denunciou nesta quinta-feira (16), o grande preconceito dos franceses contra os pobres, revelado por uma pesquisa de opinião. A denúncia foi feita na véspera do Dia Mundial contra a Miséria e a ONG aproveita a data para lançar uma campanha contra a estigmatização dos pobres.

Distribuição de alimentos no norte da França.
Distribuição de alimentos no norte da França. http://arras.catholique.fr
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“Combater os preconceitos é combater a pobreza”, estima Pierre-Yves Madignier, presidente da ATD Quarto Mundo França. A pesquisa, encomendada pela associação, indica que as pessoas humildes são com frequência estigmatizadas como incapazes pela opinião pública. Esses preconceitos criam “um muro” que dificulta ainda mais o acesso delas a direitos fundamentais, critica Madignier.

A sondagem ouviu 1.055 pessoas. O resultado indica que 97% dos franceses têm ao menos um preconceito contra os pobres. Por exemplo, 71% dos franceses acreditam que as classes baixas têm mais facilidade para obter ajuda do governo; a mesma porcentagem acha que os pobres não pagam imposto e 63% dos entrevistados pensam que o seguro saúde encoraja as pessoas a não trabalhar. Outro clichê antigo que aparece na pesquisa é a certeza que as famílias modestas têm muitos filhos para poder receber os benefícios sociais oferecidos pelo governo. Sem esquecer um dos mais antigos de todos: “pedir esmola dá lucro”.

Ideias falsas

A ATD Quarto Mundo demonstrou que todos esses preconceitos são falsos. Segundo a associação, 68% das pessoas que teriam direito a receber benefícios do governo não fazem o pedido por falta de informação ou medo de serem estigmatizados. É verdade que os pobres não pagam imposto de renda, mas eles contribuem, como todo mundo, com a TVA, o imposto sobre bens e serviços, lembra a ONG.

Sobre o fato do seguro desemprego incitar as pessoas a ficar à toa, vários estudos indicam que a maioria dos desempregados quer um voltar a trabalhar, mesmo sem aumento substancial de salário.

A associação reeditou para o Dia Mundial contra a Miséria, que será comemorado na sexta-feira (17), o livro “Para acabar com as falsas ideias sobre os pobres e a pobreza” que desconstrói mais de 100 preconceitos.

A ONG também pede ao presidente da República, ao primeiro-ministro e parlamentares o “reconhecimento da discriminação por precariedade social” como um insulto. Dependendo da linha de pobreza adotada, a França tem de 5 a 8,6 milhões de pobres, o que representa entre 8,2% e 14% da população.

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