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França/terrorismo

Suspeito de atentado a Museu de Bruxelas poderá ser julgado na Bélgica

A polícia francesa interrogou nesta segunda-feira (2) Mehdi Nemmouche, 29 anos, suspeito do ataque ao Museu Judaico em Bruxelas, detido nesta sexta-feira em Marselha. Os investigadores esperam, nos próximos dias, obter mais detalhes sobre a ação e a sua possível ligação com uma rede de extremistas na Síria. A Bélgica emitiu no sábado um mandado europeu pedindo sua extradição.

Polícia investiga cena do crime na entrada do Museu Judaico de Bruxelas, nesta  segunda-feira, 2 de junho de 2014.
Polícia investiga cena do crime na entrada do Museu Judaico de Bruxelas, nesta segunda-feira, 2 de junho de 2014. REUTERS/Francois Lenoir
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Segundo seu advogado, Apolin Pepiezep, Nemmouche não se opõe, em princípio, a ser entregue às autoridades belgas. O advogado também lembrou que seu cliente tem o direito "de ficar calado", durante a detenção para interrogatório, que pode ser prolongada até quinta-feira em caso de "risco terrorista" de acordo com a legislação francesa.

Nascido em Roubaix, na França, Mehdi Nemmouche tinha várias passagens pela polícia e esteve na Síria em 2012, onde participou de combates ao lado de extremistas depois de cumprir uma pena por roubo. Ele também esteve na mira do serviço secreto francês em 2009, mas os policiais acabaram perdendo sua pista, segundo informações da Justiça.

Nemmouche é o principal suspeito de ter atirado e matado três pessoas no Museu Judaico e de ter ferido uma quarta vítima gravemente, que acabou morrendo. A Bélgica emitiu o mandado de extradição no sábado, um dia depois de sua prisão. Caso a prisão dele seja confirmada pela Justiça, o que é provável, a audiência de Nemmouche ocorrerá na próxima semana.

Se Nemmouche não concordar com a extradição, o processo será mais demorado. Para o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, a extradição do francês de 29 anos, "parece lógica." Segundo ele, o suposto autor do ataque au museu é "extrememamente perigoso" e é provável que "continuará a agir."

Europa deve ter base de dados de passageiros, defende representante europeu

Para o coordenador europeu para a luta contra o terrorismo, Gilles de Kerchove, a Europa deve se preparar para novos ataques e os serviços secretos devem cooperar entre si para preveni-los. "Mais de 2 mil europeus partem ou pretendem partir para a Síria. Nem todos vão perpretar ataques, mas muitos sim", disse. Ele também insistiu na importância da instauração de um sistema de dados de passageiros de aviões, projeto que está bloqueado no Parlamento Europeu.

Nesta segunda-feira, cinco homens foram presos na região parisiense, no sul da França e perto de Bruxelas, suspeitos de envolvimento no envio de jihadistas para a Síria. Mas o caso não estaria relacionado ao ataque ao Museu Judaico, informou a Justiça francesa.
 

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