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França/Impostos

Governo Hollande enfrenta nova suspeita de sonegação

O nervosismo tomou conta do Palácio do Eliseu. O site de informações Mediapart, que revelou a fraude fiscal do ex-ministro do Orçamento Jerôme Cahuzac, teria provas de que outro ministro do governo Hollande, o chanceler Laurent Fabius, também possui uma ou mais contas bancárias não declaradas na Suíça. O rumor é manchete do jornal Libération nesta segunda-feira.

O chanceler Laurent Fabius (à esq.) e o ex-ministro do Orçamento, Jerôme Cahuzac, na Assembleia Nacional.
O chanceler Laurent Fabius (à esq.) e o ex-ministro do Orçamento, Jerôme Cahuzac, na Assembleia Nacional. Reuters/ RFI
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O ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que já foi primeiro-ministro (1984-86), desmente categoricamente os rumores e afirma que vai abrir um processo por calúnia e difamação contra o Libération. Mas para o governo de François Hollande, está cada vez mais difícil controlar a devassa na classe política.

No fim de semana, o canal de televisão suíço TSR revelou que o ex-ministro Cahuzac tentou depositar 15 milhões de euros no país em 2009, o equivalente a 39 milhões de reais, fornecendo uma certidão falsificada do fisco francês atestando a regularidade da procedência do dinheiro. O banco suíço Julius Baer não aceitou o depósito por considerar que o nível de exposição pública de Cahuzac, deputado na época, representava um risco para a instituição. No mesmo ano, Cahuzac transferiu seu patrimônio da Suíça para Cingapura. No depoimento que deu à justiça na terça-feira passada, ele afirmou que tinha 600 mil euros na conta em Cingapura, quantia 25 vezes inferior ao valor citado pela tevê suíça.

Antes de entrar na política, Cahuzac, médico de formação, tinha uma clínica de implantação capilar. Rivais políticos afirmam que na Assembleia ele defendia os interesses de laboratórios farmacêuticos.

A investigação jornalística do Mediapart que levou à queda de Cahuzac tenta esmiuçar as atividades do banco que organizou a transação financeira para o ex-ministro. O banco Reyl & Cie, de Genebra, teria dezenas de contas não declaradas de personalidades francesas - políticos, artistas e empresários.

Pressionado a demonstrar autoridade, Hollande prepara o anúncio de medidas de moralização da vida pública, como o fim do acúmulo de mandatos, a publicação do patrimônio dos políticos, leis mais duras de combate ao conflito de interesses e de luta contra a fraude e paraísos fiscais.

Para a oposição, os dias do governo socialista estão contados. Analistas estimam que dificilmente o presidente vai escapar a uma reforma ministerial. Uma pesquisa publicada hoje revela que 77% dos franceses consideram seus políticos corruptos.

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