Deputados votam legalização do casamento homossexual na França

O dia tão esperado pelas associações que defendem o casamento homossexual chegou. Foram mais de 110 horas de debates em 10 dias, nos quais foram examinados quase 5 mil emendas, para que nesta terça-feira, 12, seja votado na Assembléia Nacional da França (o equivalente à Câmara de Deputados, no Brasil) a lei que permite o casamento homosexual. O projeto é conhecido como "casamento para todos", título do texto de lei proposto pelo governo do presidente François Hollande.

Hemiciclo da Assembleia Nacional Francesa Wikipédia

O projeto de lei deve ser facilmente aprovado na Assembleia, de maioria socialista. Em seguida, o texto vai tramitar no Senado a partir de 18 de março. Esta será então a primeira reforma social de grande importância desde a eleição do presidente Hollande, em maio do ano passado.

O presidente da UMP (União de Movimentos Populares), Christian Jacob, maior partido de oposição, disse que mesmo com a falta de 10 a 15% dos deputados, e com manifestações contra a lei até o último momento, a votação não deve ser prejudicada. De acordo com Jacob, a esquerda possui uma grande vantagem sobre a direita: "Alguns, menos numerosos poderão votar a favor", declarou o presidente da UMP para o canal de televisão France 5. Apenas dois deputados da UMP, Franck Riester e Benoist Apparu, declaram publicamente que votarão a favor da lei.

Alguns poucos parlamentares de esquerda declararam votar contra a lei, como Bruno Nestor Azérot, Gabriel Serville e Alfred Marie-Jeanne. Outros irão optar pela tática da "cadeira vazia", o que significa que não estarão presentes para o voto, e dessa maneira, terão o voto anulado.