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França / Corrupção

Ex-premiê francês é detido por escândalo envolvendo hotéis de luxo

O ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin foi detido e interrogado nesta terça-feira pela polícia em Paris. Ele é suspeito de ter exercido pressão em favor do ex-presidente da rede de hotéis e restaurantes de luxo Relais et Châteaux, Régis Boulot, que atualmente é processado por fraude.

O antigo primeiro-ministro francês Dominique de Villepin foi detido para interrogatório nesta terça-feira.
O antigo primeiro-ministro francês Dominique de Villepin foi detido para interrogatório nesta terça-feira. Flickr/ Hassam
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Bulot, de 64 anos, é acusado de ter desviado € 1,6 milhão, o equivalente a R$ 4,1 milhões, em pagamentos de prestações superfaturadas por fornecedores durante a produção do guia anual do Relais et Château entre 2002 e 2008.

Ele foi indiciado por juízes de Estrasburgo em novembro de 2011 por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e abuso de confiança.

Escutas telefônicas indicam que Dominique de Villepin teria tentado dissuadir o novo presidente do Relais et Châteaux, Jaume Tapiès, de tornar público um caso na justiça envolvendo Régis Bulot.

Jaume Tapiès, que é parte civil no processo, confirmou diante do juiz em fevereiro ter sido pressionado por Villepin.

Régis Bulot reconheceu um sistema de superfaturação a seu favor, mas em compensação negou ter criado um sistema de diárias gratuitas para beneficiar políticos.

Segundo suas declarações, Villepin não se beneficiou dos desvios de dinheiro, nem sob a forma de dinheiro líquido nem sob a forma de diárias gratuitas. Régis Boulot foi colocado em liberdade em junho, após sete meses de prisão provisória.

Esse novo problema com a justiça acontece poucos meses após o fracasso da tentativa de Dominique de Villepin, que agora trabalha como advogado,de voltar à cena pública. Ele não conseguiu reunir o número de apoios necessários para ser candidato à presidência em abril. 

Absolvido definitivamente no escândalo Clearstream em setembro de 2011, seu nome havia sido citado algumas semanas mais tarde pelo ex-conselheiro oculto do palácio do Eliseu, Robert Bourgi, que o acusa de ter recebido, junto com o ex-presidente Jacques Chirac, fundos ocultos no valor de US$ 20 milhões de chefes de Estados africanos entre 1997 e 2005. A promotoria de Paris arquivou a investigação aberta para averiguar essas acusações. 

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