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Hollande/França

Em meio a desafios, Hollande completa cem dias de governo na França

Cem dias após a eleição do presidente francês, François Hollande, o líder conseguiu cumprir boa parte de suas promessas, mas o segundo semestre deste ano promete exigir muito mais do que seus três primeiros meses. Com o desemprego recorde, a ameaçadora recessão, a crise síria, o chefe de Estado não só vai ter que cumprir suas obrigações, mas também convencer os franceses e a oposição de que pode fazer melhor do que o governo anterior. 

O presidente francês François Hollande durante homenagem a militar morto no Afeganistão, neste sábado, completou cem dias de governo.
O presidente francês François Hollande durante homenagem a militar morto no Afeganistão, neste sábado, completou cem dias de governo. REUTERS/Robert Pratta
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De acordo com uma enquete do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) publicada no jornal Le Figaro no último sábado, 54% dos entrevistados estão insatisfeitos com o governo de Hollande ainda que 57% concordem que ele tem cumprido as promessas feitas durante sua campanha eleitoral.

Para os próximos meses, somente 40% dos franceses confiam no presidente socialista para resolver, especialmente, a crise da zona do euro. Outras preocupações dos entrevistados e o ceticismo em relação a seu chefe de Estado são as finanças públicas, a luta contra o desemprego, a imigração clandestina e a segurança. Este último, aliás, que também parece preocupar Hollande.

Apesar de estar de férias, o líder visitou Grenoble, que foi palco de um violento roubo na última sexta-feira, onde se encontrou com policiais da região que perderam duas colegas mortas durante o incidente.

Mesmo trabalhando durante o recesso que deve durar até o dia 21 deste mês, vários assuntos se acumulam no Eliseu à espera do presidente e seu primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault. Uma de suas principais propostas eleitorais, a determinação dos impostos a 75% sobre os mais altos salários, ainda esperam definição. Outros assuntos que prometem polêmica são o aumento dos preços dos combustíveis e a ratificação do orçamento da União Europeia.

Mar de críticas

Como se o cumprimento das promessas, as obrigações presidenciais e a luta pela popularidade dos franceses não bastassem, Hollande também deve enfrentar um mar de críticas da oposição, especialmente do seu principal adversário, a UMP, partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Na semana passada, o ex-líder não poupou comentários negativos sobre a atual política estrangeira socialista, especialmente sobre o gerenciamento da crise síria.

A resposta não demorou a tardar. No sábado, o chefe de Estado rebateu as reclamações evocando a “busca obstinada” para uma solução política ao regime de Bashar Al-Assad. A declaração, no entanto, foi novo motivo de polêmica, desta vez, por parte do ex-primeiro-ministro do último governo, François Fillon. Para ele, Hollande deve se arriscar mais, inclusive a pegar o avião e ir até a Rússia convencer o presidente Vladimir Putin a mudar de posição quanto ao regime de Assad.

A Rússia, uma das principais aliadas sírias, vem bloqueando, junto com a China, a possibilidade de intervenção armada no país porque tem o direito de veto sobre as resoluções no Conselho de Segurança da ONU.

A França mandou provisões e equipamentos médicos para milhares de refugiados sírios na fronteira com a Jordânia. Além disso, o governo francês anunciou o envio de tropas ao mesmo país, decisão tomada com a autorização de autoridades jordanianas. Já o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, chega no país vizinho à Síria no dia 15 de agosto.
 

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