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França/Eleições

Se eleito, Hollande diz que França não vai ratificar novo tratado europeu

O candidato do Partido Socialista, François Hollande, disse nesta quarta-feira durante uma entrevista coletiva em Paris que o novo tratado europeu, adotado por 25 dirigentes da União Europeia em março, não será ratificado pela França caso ele seja eleito. O acordo impõe regras orçamentárias rígidas para os países deficitários.

O candidato à presidência francesa François Hollande, durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira
O candidato à presidência francesa François Hollande, durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira Foto: Reuter
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O candidato às eleições presidenciais francesas reiterou que o texto negociado entre os membros da UE deverá ser revisto. Ele também se comprometeu a enviar uma carta aos chefes de estado e de governo europeus no dia seguinte à sua eleição, se ela se concretizar. O segundo turno acontece no dia 6 de maio. François Hollande, como a presidente brasileira Dilma Rousseff, acredita que a redução de gastos deve estar aliada a políticas que favorecem o crescimento, e a resposta à crise defendida pelo governo Sarkozy e outros líderes europeus não foi adequada.

A carta, segundo ele, deverá abordar quatro pontos. Entre eles, a criação de eurobonds(títulos conjuntos da dívida dos 17 países da zona do euro), para financiar projetos industriais de infraestrutura nos estados e a liberação de mais financiamentos pelo Banco Europeu de Investimento. O candidato também defendeu a criação de uma taxa de transações financeiras, para assegurar recursos suplementares para projetos de desenvolvimento, e a mobilização de fundos estruturais que poderiam beneficiar empresas. Hollande ainda declarou que, além, das medidas, "será proposto um diálogo entre os chefes de estado de governo, e a o Banco Central Europeu para lutar contra a especulação e gerar o financiamento da economia real."

Nesta quarta-feira, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou que a União Europeia necessitava de "um pacto para o crescimento." O candidato do Partido Socialista lembrou que a posição de Draghi corrobora seu projeto. “O apoio do presidente do Banco Central Europeu será necessário para estimular o crescimento com uma nova política cambial”, disse. “O pacto orçamentário deve ser completado por esse pacto. Será útil voltar atrás e priorizar a educação, a pesquisa, e a infraestrutura”, declarou.

"Brasil e França têm uma longa história", diz responsável pela cooperação

Em entrevista à RFI, o eurodeputado Kader Arif, responsável pela Cooperação da equipe de François Hollande, disse que, se o candidato for eleito, a França deverá reforçar os laços econômicos com o país. Segundo ele, o Brasil também pode ser um aliado nas negociações com o Mercosul, “e o impacto que as negociações terão sobre a agricultura francesa", disse. "O Brasil certamente faz parte dos países que François Hollande deverá visitar se eleito", afirmou. Hollande viajou ao Brasil em 2002, onde se encontrou com o presidente Lula, récem-eleito. "O Brasil é um país amigo, e há uma verdadeira história entre o Brasil e a França", completou Arif.
 

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