“Como sempre, a França cultiva a sua reputação de originalidade. Onde já se viu, no mundo ocidental rico, um terço do eleitorado votando em partidos extremistas, da direita e da esquerda? Na primeira volta das eleições presidenciais de domingo, a grande surpresa foram os quase 19% de Marine Le Pen, candidata da Frente Nacional, partido de extrema-direita, xenófobo e isolacionista, que ela herdou do seu pai, o velho Le Pen, conhecido pelo seu anti-semitismo e suas campanhas contra os emigrantes e o Islã. A filha conseguiu ultrapassar os resultados eleitorais do pai e não escondia a sua satisfação de ter se tornado uma peça agora incontornável do tabuleiro político francês. Do outro lado do espectro ideológico, a performance é menos espetacular, mas continua sendo significativa. O candidato da Frente de Esquerda, Jean-Louis Mélenchon, um ótimo tribuno que conseguiu dar um novo sopro de vida a um Partido Comunista moribundo, conseguiu 11% dos sufrágios com uma campanha demagógica e radical.”
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