Bolsa de Paris perde mais de 200 bilhões de euros desde janeiro

A crise financeira mundial tem custado muito caro para as empresas francesas. A bolsa de Paris, que abriu nesta segunda-feira em queda de cerca de 2%, amarga uma perda bilionária nos últimos meses.

Mercado financeiro francês abre a semana em forte queda REUTERS/Brendan McDermid

Carrefour, Danone, Renault, L'Oreal, BNP Paribas... na elite das empresas mais cotadas na bolsa de Paris, ninguém escapa da queda livre. Desde o início do ano, 216 bilhões de euros, o equivalente a 500 bilhões de reais, simplesmente viraram fumaça, anuncia o jornal Le Figaro desta segunda-feira. O mais assustador é que o valor de muitas empresas na bolsa está bem abaixo dos seus ativos, uma tendência típica de períodos graves de turbulência.

Para se ter uma ideia, as ações da Air France já caíram 60% de janeiro para cá. Isso significa que, mesmo após a recente compra de doze aviões Airbus 380, a empresa aerea não está valendo na bolsa mais do que o preço de cinco aeronaves deste tipo. Outra comparação que beira o absurdo são os números do Carrefour. Com uma perda este ano de 44% de suas ações, a gigante do setor de varejo está valendo menos do que o seu patrimônio imobiliário.

No setor de eletricidade, a empresa pública EDF possui 58 reatores de energia nuclear na França, mas seu peso no mercado financeiro é de apenas sete reatores. Isso sem falar nos bancos: 37% de perdas para o BNP Paribas e 50% para a Société Generale.

Analistas explicam que, quando os mercados temem a desaceleração das atividades econômicas, o único critério que os investidores levam em conta é a perspectiva de crescimento do faturamento e dos lucros. Mas é só a turbulência passar para os ativos das empresas voltarem a ter força nas cotações.