Novo grupo de ciganos repatriados chega à Romênia

A segunda leva, de 130 pessoas, embarcou nesta sexta-feira em Roissy Charles de Gaulle. Cerca de dez não se apresentaram no guichê do aeroporto. Os primeiros 70 aterrissaram ontem em Bucareste.

70 romenos expulsos da França, no dia 19 de agosto de 2010, chegaram ao aeroporto de Baneasa, em Bucareste. FOTO AFP / DANIEL MIHAILESCU

Um novo grupo de 130 ciganos expulsos pelo governo francês deixou o país em direção de Timisoara, nesta sexta-feira, no oeste da Romênia. Os primeiros 70 aterrissaram ontem em Bucareste. Essas são as primeiras expulsões desde que o presidente Nicolas Sarkozy anunciou, há algumas semanas, a decisão de desmantelar todos os campos clandestinos na França.

Os ciganos estão deixando o país voluntariamente. Cada adulto recebeu 300 euros, cerca de 690 reais, e cada criança, 100 euros, o equivalente a 230 reais. Até o final de agosto, cerca de 850 ciganos devem ser repatriados, segundo o ministro da Imigração, Eric Besson. No ano passado, 10 mil já foram enviados de volta à Romênia e Bulgária. O presidente da Romênia, Traian Basescu, pediu que a Comissão Europeia retome as discussões sobre a criação de um programa europeu de integração dos ciganos. O projeto começou a ser analisado em 2008, mas que não foi priorizado pelos europeus.

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Antônio Pinto Nunes, presidente da Federação Cigana Portuguesa.

Cerca de 15 mil ciganos vivem na França, a maioria em áreas ocupadas ilegalmente. As autoridades os acusam de tráficos variados e de exploração infantil para mendicância. Na Romênia, estima-se que haja entre 530 mil e 2,5 milhões de ciganos, que ainda sofrem discriminação no mercado de trabalho e no acesso à moradia. Para o presidente da federação da Federação Cigana em Portugal, Antonio Pinto Nunes, a atitude do governo francês é racista. "É lamentável o que está acontecendo. Está havendo uma perseguição a seres humanos. E o mais grave é que o Sarkozy não está verificando caso a caso. Ele está fazendo uma exclusão total dos ciganos que estão na França, considerando todos como criminosos", diz o presidente.