Tribunal de Paris inicia julgamento de ex-agente de modelos por estupro

Começou nesta segunda-feira (11) no Tribunal Penal da região de Paris o julgamento por estupro e agressão sexual do ex-agente de modelos e fotógrafo Johan Mapaga, de 43 anos.

O Palácio de Justiça de Paris (foto ilustrativa) Site officiel du ministère de la Justice

Ele é suspeito de estuprar cerca de 15 jovens, algumas delas menores de idade na época do crime, entre 2009 e 2014. Mapaga, que se apresentava como um "descobridor" de talentos, aliciava as jovens e prometia "uma carreira no mundo da moda, nacional e internacional".

Uma das circunstâncias agravantes é que os fatos “foram cometidos por uma pessoa que abusava da autoridade que lhe era conferida por seu cargo". O acusado, que nega os fatos, pode pegar 20 anos de prisão. O caso veio à tona em janeiro de 2016, depois que seis jovens apresentaram uma denúncia contra o agente.

Durante o inquérito, as vítimas descreveram um modus operandi parecido. O acusado as abordava na rua ou em um local público, dizendo que a beleza delas havia chamado sua atenção. Em seguida, ele propunha “treiná-las” para a profissão de modelo.

Para dar credibilidade à proposta, ele se reunia com os pais de cada menina para apresentar seu trabalho e, de acordo com a acusação, estabelecer "uma relação de confiança".

Controle e dominação

As meninas se deixavam envolver rapidamente e algumas delas acabaram até mesmo indo morar com ele. Durante a investigação, todas as vítimas o acusaram de "assédio moral" e "comentários humilhantes". Elas acabaram cortando relações com a família e aos poucos foram se isolando. Elas também descreveram uma "relação de controle e de dominação”.

Preso em junho de 2016, Mapaga passou quatro anos em prisão preventiva antes de ser colocado sob supervisão judicial. "Minhas clientes estão esperando por uma sentença que lhes permita reconstruir suas vidas", disse Méhana Mouhou, que defende seis das jovens que são partes civis.

Nenhuma delas conseguiu de fato fazer carreira na indústria da moda. O julgamento está previsto para durar até 22 de dezembro.

Com informações da AFP