Na COP28, Lula quer se afirmar como "campeão mundial do clima", diz imprensa francesa

Os jornais franceses destas sexta-feira (1°) analisam os desafios do Brasil na COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.

O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, o ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos e presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, e o diretor-geral da conferência climática COP28, Majid Al Suwaidi, participam da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, em 30 de novembro de 2023. REUTERS - AMR ALFIKY

O Le Monde traz um artigo sobre a "posição ambiciosa do Brasil", destacando que "o presidente Lula quer se afirmar como "campeão mundial do clima", propondo um fundo para preservar as florestas tropicais" de 80 países .

O jornal destaca que o Brasil está enviando a maior delegação da história ao encontro internacional em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ao todo, "2.400 cidadãos brasileiros estão credenciados, entre sociedade civil, empresários, autoridades locais e 400 representantes do governo, com 12 ministros".

Para Lula, a questão é "marcar a diferença em relação à política negacionista de Jair Bolsonaro" sobre o clima, escreve o Le Monde. Num país onde 48% da produção energética já provém de recursos renováveis, as emissões de carbono brasileiras são provocadas basicamente por desmatamento, explica a reportagem, que ainda aponta o Cerrado como um dos biomas mais vulneráveis, ao lado da Amazônia. 

O jornal Le Parisien analisa as negociações entre países ricos e pobres sobre financiamento para lidar com as consequências do aquecimento global. 

O diário destaca a participação recorde do evento, de 90.000 pessoas, o dobro do que em Glasgow, na Escócia, dois anos antes, e a aprovação, em tempo recorde do projeto de um fundo para reparação de "perdas e prejuízos" destinado aos países mais vulneráveis.

O jornal Libération destaca a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, na COP28 nesta sexta-feira e sábado (2), onde o Chefe de Estado deverá defender o fim do uso do carvão, a forma mais poluente de energia.

Ao lado de uma coalizão de países, Macron também vai propor que a capacidade para produção de energia nuclear seja triplicada até 2050, um objetivo irrealista segundo muitas ONGs.