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Após novo caso de agressão sexual envolvendo parlamentar, deputadas francesas pedem endurecimento de leis

O senador francês Joël Guerriau está sob investigação por suspeita de "administração de substância com o objetivo de cometer estupro ou agressão sexual". A vítima foi a deputada Sandrine Josso. O caso reabriu o debatena França sobre violências sexuais e sexistas na política. Alguns parlamentares pedem mudança na lei que permita a imposição automática de penas. 

O senador Joel Guerriau, acusado de ter colocado droga na bebida de uma deputada para agredi-la sexualmente.
O senador Joel Guerriau, acusado de ter colocado droga na bebida de uma deputada para agredi-la sexualmente. AFP - HANDOUT
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Os parlamentares franceses começam a se habituar às suspeitas de violências sexuais e sexistas visando colegas deputados e senadores. Depois de Adrien Quatennens, da esquerda radical, Damien Abad, do partido centrista do presidente Emmanuel Macron, e do deputado do grupo ecologista Julien Bayou, na semana passada foi a vez do senador da sigla liberal Horizontes, Joël Guerriau, se envolver em um novo escândalo de agressão sexual.

A deputada socialista Christine Pires Beaune pede um processo automático de afastamento de Guerriau "de todas as funções relacionadas ao mandato do senador", enquanto espera por julgamento. 

A deputada ecologista Sandrien Rousseau, muito ativa sobre questões de violência contra a mulher, vai ainda mais longe. "Eu acho que é necessário uma sanção disciplinar pelo Senado e eu acho que temos urgentemente que atualizar a lei para que ele se torne inelegível imediatamente", defende. 

Pena automática

Depois do caso de Adrien Quatennens, a bancada de partidos aliados ao governo na Assembleia depositou uma proposta de lei para que parlamentares fossem automaticamente inelegíveis em casos de violência doméstica, mas o texto foi rejeitado em votação.

Para Fiona Texeire, co-fundadora do Observatório de Violências Sexuais e Sexistas, foi mais uma oportunidade perdida. "Se não fazemos nada para cortar o mal pela raiz, e que tratamos apenas cada caso que aparece, tentando minimizar os estragos cada vez, não teremos um tratamento global da questão. Não teremos uma verdadeira política pública de luta contra essas violências", afirma.

Sem possibilidade legal de puni-lo, o presidente do senado Gérard Larcher, pede a Guerriau "de pedir demissão de seu cargo", mas o senador informou que pretende terminar seu mandato. 

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