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Chuvas causam inundações no norte da França e fecham centenas de escolas

A região norte da França sofre há dias com inundações causadas por fortes chuvas. Nesta segunda-feira (13) centenas de escolas do departamento de Pas-de-Calais estão fechadas e muitos habitantes estão sem eletricidade e sem água.

Uma moradora de Neuville-sous-Montreuil, no norte da França, de pé em uma rua inundada, em 13 de novembro de 2022.
Uma moradora de Neuville-sous-Montreuil, no norte da França, de pé em uma rua inundada, em 13 de novembro de 2022. AFP - DENIS CHARLET
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Um novo episódio de chuvas nesta segunda-feira (13) pode causar novas inundações após uma pausa de 48 horas no fim de semana, uma situação considerada “preocupante” pelo governo do departamento.

As precipitações, que cai em solos já saturados, deverão aumentar de intensidade até terça-feira (14), dia que deve “ser marcado por chuvas significativas e mais intensas”, com “impacto considerável nos cursos de água”, sublinhou o governo no domingo (12) à noite, que decidiu manter fechadas as creches e estabelecimentos de ensino dos 279 municípios do departamento.

Um total de 388 estabelecimentos permanecerão fechados até terça-feira. O departamento, que já enfrentou a tempestade Ciaran no dia 2 de novembro, com enchentes recordes e precipitações intensas, foi colocado nesta segunda-feira em alerta amarelo por chuvas, inundações, ventos violentos e possível submersão causada pelo mar.

No boletim das 6h de segunda-feira do “Vigicrues”, o serviço de informação do governo francês sobre risco de inundações, quatro rios dos departamentos de Pas-de-Calais e do Norte, o Canche, o Hem, o Aa, e o Lys são mantidos em alerta laranja. O serviço prevê “chuvas fracas (...) nas bacias hidrográficas” destes rios na segunda-feira, seguidas de “chuvas mais fortes” na terça-feira.

“Mesmo que os níveis dos rios se estabilizem ou mesmo diminuam ligeiramente, uma inundação significativa está em curso na planície do Lys e do Canche”, sublinhou o governo departamental na noite de domingo. “A tensão também continua no Aa.”

Desabrigados e sem eletricidade

Em algumas localidades como Saint-Omer e Montreuil a situação continua particularmente difícil, a água bloqueia estradas e a invade casas, forçando muitos moradores exaustos a abandonar suas casas. Na cidade de Blendecques, onde a maior parte das casas sofreu danos, 80 moradores pernoitaram de sábado para domingo num centro de alojamento de emergência.

"Estou a 40 cm (da água). Não tenho mais cozinha, não tenho mais armário, não tenho mais eletrodomésticos", lamenta Pauline Ballenghien, uma das vítimas.

“Estamos cruzando os dedos para que as chuvas futuras sejam mínimas”, diz Alain Delplace, um agricultor em Hames-Boucres, ao sul de Calais, que está com os pés na água há cinco dias. “Colocamos muito, muito mais palha, colocamos cinco, seis vezes mais palha do que o habitual” para proteger os bezerros das intempéries.

Segundo o senador e vice-presidente do conselho regional, Franck Dhersin, 10 mil pessoas foram atingidas. Houve quatro feridos leves desde segunda-feira no departamento, de acordo com as autoridades.

Uma mulher de 60 anos também morreu em Bailleul, na fronteira com a Bélgica, ao volante do seu carro, encontrado sábado cheio de água numa vala inundada, sem que o Ministério Público de Dunquerque tenha conseguido estabelecer com certeza uma ligação com o mau tempo.

Segundo autoridades, 700 residências continuam sem luz e 6 mil clientes estão sem rede de celular. O tráfego ferroviário está interrompido em alguns trechos, sem data de retomada prevista no momento. Cerca de 60 estradas permanecem fechadas.

Parte da cidadela de Montreuil, que data do século 16, desabou na sexta-feira, assim como uma seção do Chemin du Cap Blanc-Nez, um penhasco muito visitado por suas trilhas. Cerca de 155 municípios pediram na Justiça para serem reconhecidos como vítimas de desastre natural.

Embora sejam fenômenos naturais, as inundações, os ciclones e as secas podem ser amplificados pelo aquecimento global gerado pelas atividades humanas. As enchentes são catástrofes particularmente dispendiosas: entre 1970 e 2019, foram responsáveis ​​por 44% de todas as catástrofes e 31% das perdas econômicas.

(Com informações da AFP)

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