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Cúpula em Paris alerta para consequências dramáticas do derretimento de polos e geleiras

Paris acolhe durante dois dias, a partir desta quarta-feira (8), a conferência One Planet Polar Summit, a primeira cúpula internacional dedicada ao estado da criosfera, a camada da superfície terrestre coberta permanentemente por gelo e neve, nas regiões do Ártico, na Antártica e nos picos de montanhas de altitude em várias regiões do planeta.

A região do Ártico enfrenta um derretimento acelerado de geleiras devido ao aumento da temperatura terrestre.
A região do Ártico enfrenta um derretimento acelerado de geleiras devido ao aumento da temperatura terrestre. AFP - JONATHAN NACKSTRAND
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O derretimento dessas áreas, provocado pelo aquecimento global, é considerado irreversível pelos cientistas, com sérias consequências para todos os seres vivos. A cúpula, copresidida por Emmanuel Macron e pelo primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, reúne 15 chefes de Estado e de governo, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel e o vice-presidente da China, Ding Xuexiang, entre outros líderes convidados. São esperados de 35 a 40 ministros do Meio Ambiente, representantes da Groenlândia, Antártica e de países com picos glaciais. A Rússia não foi convidada.

Jérôme Chappellaz, diretor de estudos no Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CBRS) da França, considera urgente a conscientização sobre as consequências do derretimento da criosfera. Ele recorda que 2 bilhões de habitantes do planeta são afetados diretamente pelo degelo anual das geleiras. Da mesma maneira, a cada centímetro de elevação do nível do mar, quase três milhões de pessoas ficam expostas a riscos de inundações adicionais. 

Segundo o cientista, o ano de 2023 está sendo desastroso para os polos e geleiras. A  Antártica enfrenta um ano excepcional, destaca, com uma perda de 20% de extensão do gelo marinho durante o inverno. Em entrevista ao jornal Libération, o francês afirma nunca ter visto tamanho derretimento. Nos Alpes suíços, onde ele trabalha e mora, as geleiras perderam 10% de sua massa em 2022 e 2023. 

Os polos regulam a temperatura de todo o planeta e as mudanças climáticas estão acelerando o desequilíbrio de todo o sistema.

Em entrevista ao jornal Le Figaro, o embaixador da França para polos e oceanos, Olivier Poivre d'Arvor, diz que ao final da cúpula deve ser publicada uma declaração com um "apelo de Paris" para a preservação das calotas polares e geleiras, cujo derretimento também provoca perdas de biodiversidade. Os participantes farão propostas científicas, como a criação da década das ciências polares e glaciais de 2025 a 2034, para favorecer a cooperação científica internacional, com novos recursos financeiros. Cerca de 30 países devem assinar o documento. 

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