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França registra os 10 primeiros dias de setembro mais quentes de todos os tempos

A partir de segunda-feira (11), o calor dará uma trégua com um resfriamento significativo que marcará o fim da atual onda de calor no território francês. Mas, de acordo com a Météo-France, os últimos dias foram extraordinários para setembro. No espaço de uma semana, a França registrou temperaturas recordes.

Uma mulher se refresca durante uma onda de calor na água da praça do Trocadero, no centro de Paris, em 5 de setembro de 2023.
Uma mulher se refresca durante uma onda de calor na água da praça do Trocadero, no centro de Paris, em 5 de setembro de 2023. AFP - DIMITAR DILKOFF
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No sábado (9), cidades como Saint-Brieuc, no departamento de Côtes-d'Armor (31,5°C), Le Bourget, no departamento de Seine-Saint-Denis (35,3°C) e Nantes (35,4°C) entraram para a lista das cidades com as temperaturas mais altas já registradas em meses de setembro desde que os registros começaram, confirmou a Météo-France neste domingo (10).

Além desses inúmeros registros locais, o indicador nacional de temperatura ultrapassou a barreira dos 25°C em duas ocasiões. Essa é a primeira vez que essa ferramenta, desenvolvida pela Météo-France em 1947, é usada desde então para monitorar as tendências de temperatura em toda a França continental.

Com 25,1°C na segunda-feira (4), e no sábado (9), ficou confirmado "o caráter histórico deste início de setembro", comentou o meteorologista Sébastien Léas para a Franceinfo.

Explicações para o calor fora do comum

Foi registrado o dia mais quente de todos os tempos em setembro, duas vezes em uma semana. O indicador nacional de calor pode ser expresso em graus Celsius, mas não é uma temperatura registrada em uma estação meteorológica. É o resultado de "um cálculo": "uma média das temperaturas mínimas e máximas registradas em 30 estações", explica Sébastien Léas, da Météo-France.

Marselha, Nancy, Nevers, Perpignan, Besançon, Orléans e Paris, "a climatologia é muito diferente de um lugar para outro. Mas com essa ferramenta, Nice e Bastia têm o mesmo peso que Brest, Caen ou Lille", continua o analista.

Antes de atingir duas vezes 25,1°C, o dia mais quente registrado na França para um mês de setembro havia sido 4 de setembro de 1949. Naquela ocasião, o indicador ficou em 24,7°C, como aponta a Météo-France.

Portanto, não se trata de dados observados, mas de uma ferramenta para comparar a temperatura média nacional de um dia para o outro, a fim de identificar tendências. "Ao longo de um dia, não importa realmente se o indicador nacional de calor bate um recorde, se é quente ou frio, no dia 9 ou 10 de um mês. Mas se você observar os números em um mês ou em um período de dez dias, por exemplo, será interessante compará-los", detalha Léas.

A esse respeito, "estamos observando os dez primeiros dias de setembro mais quentes já registrados", completou.

Parisienses se refrescam em estruturas de spray d'água na beira do Rio Sena.
Parisienses se refrescam em estruturas de spray d'água na beira do Rio Sena. AFP - DIMITAR DILKOFF

Uma anomalia de temperatura de +5°C em toda a França

No sábado, o observatório Keraunos também informou que, além de ter ultrapassado a barreira dos 25°C duas vezes em uma semana, o indicador nacional de calor mostrou uma anomalia térmica de +5°C.

O que chamamos de "anomalia térmica" é algo que está "fora da norma climatológica", explica Sébatien Léas. 

Em alguns lugares, por exemplo, "a diferença foi de até +10°C em comparação com a média", continua o especialista, que observou situações sem precedentes em várias cidades durante essa última onda de calor.

Centenas de recordes de temperatura foram quebrados entre segunda-feira (4) e domingo (10) em quase toda a França continental, observou o agroclimatologista Serge Zaka no Twitter no sábado, referindo-se a uma onda de calor "desconcertante".

"Uma variedade de situações para ilustrar uma tendência inegável. A [tendência] de períodos de calor cada vez mais longos, intensos e tardios, sob o efeito do aquecimento global causado pelas atividades humanas", conclui Sébatien Léas. 

(Com informações da FranceInfo e AFP)

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