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Imprensa francesa analisa início do ano letivo em meio à polêmica proibição da abaya nas escolas

Doze milhões de estudantes e 850 mil professores voltam às salas de aula, nesta segunda-feira (4), em toda a França. Os jornais analisam os desafios da educação no país. 

Gabriel Attal, ministro da Educação francês, anunciou proibição do uso da abaya nas escolas. Medida gera polêmica na volta às aulas em setembro.
Gabriel Attal, ministro da Educação francês, anunciou proibição do uso da abaya nas escolas. Medida gera polêmica na volta às aulas em setembro. © AFP - BERTRAND GUAY
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O Libération pergunta: a carreira de professor ainda é atrativa? Baixa remuneração, falta de reconhecimento, condições de trabalho cada vez mais difíceis... A reportagem põe em perspectiva "a mais bela das profissões". 

De acordo com o texto, há cerca de 3 mil vagas de professores não preenchidas no país, número que preocupa os pais de alunos. A França tem as turmas mais numerosas da União Europeia (UE), cerca de 26 alunos por classe, contra 21 nos países vizinhos. 

O jornal Le Monde questiona as medidas propostas pelo governo para resolver a falta de professores. Para o sindicato nacional da categoria, o Executivo conta apenas com a boa vontade dos profissionais da educação que queiram assumir uma carga-horária maior, e denuncia a falta de um plano mais ambicioso de recrutamento. 

Além disso, o ministério da Educação promete aulas de reforço de matemática e francês para grupos pequenos, mas segundo os professores, a medida não está prevista no orçamento da educação nacional.

Doze milhões de estudantes e 850 mil professores voltam às salas de aula, nesta segunda-feira (4), em toda a França. Os jornais analisam os desafios da educação no país.
Doze milhões de estudantes e 850 mil professores voltam às salas de aula, nesta segunda-feira (4), em toda a França. Os jornais analisam os desafios da educação no país. AFP - CHRISTOPHE ARCHAMBAULT

Já jornal Le Parisien aborda a queda na qualidade do ensino na França. E as soluções propostas, como reforço para grupos de leitura e redação. Entretanto, segundo o jornal, a França já é um dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que mais tempo dedicam ao aprendizado básico e aos fundamentos da educação. Mesmo assim, os resultados dos alunos franceses de 15 anos em matemática, por exemplo, estão bem abaixo dos alcançados em 2003.

Para os especialistas ouvidos pela reportagem, uma das explicações está nas desigualdades sociais e econômicas e a melhor medida para resgatar a qualidade do ensino seria acompanhar os estudantes vindos de bairros menos favorecidos.

Abaya e uniformes

Apesar da importância das discussões acerca dos problemas que a educação francesa enfrenta, o debate ficou ofuscado pela recente e polêmica proibição do uso da abaya, vestimenta típica muçulmana, anunciada na semana passada pelo novo ministro da Educação, Gabriel Attal. A discussão central é se o uso da túnica nas escolas viola ou não o Estado laico, questão que divide os partidos da esquerda francesa.

Além disso, o ministro Attal propõe uma experiência de uso de uniformes na rede escolar francesa. Proposta apoiada por partidos de direita, mas que levanta reflexões sobre prós e contras entre políticos de esquerda.

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