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França: colheita da uva em Bordeaux começa em plena "desordem"

Os viticultores de Bordeaux, no sudoeste da França, começaram a colher as primeiras uvas esta semana. Mas a chamada vindima começa em plena "desordem", entre uma superprodução e um caso grave de mofo, que atingiu as plantações. Ainda assim, os produtores acreditam que será uma boa colheita.

As perdas por conta do mofo podem chegar a 50% da safra. Foto ilustrativa.
As perdas por conta do mofo podem chegar a 50% da safra. Foto ilustrativa. Getty Images / Jens Hauspurg
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A vindima da Crémant de Bordeaux (como é conhecido o espumante na França) começou na quarta-feira (16), na primeira vinha AOC (Apelação de Origem Controlada) do país, que tem 110 mil hectares. As áreas dedicadas ao espumante representam apenas 1% deste total.

A colheita deve durar até o final de setembro, mas, por outro lado, a expectativa é por conta do míldio, uma espécie de fungo, que atingiu duramente os vinhedos da região da Nouvelle-Aquitaine. Segundo as câmaras regionais de agricultura, 90% das videiras foram afetadas em maior ou menor grau. 

"É muito difícil para os nossos viticultores. Quando você passa por situações tão tensas e se depara com um episódio de mofo (...) Alguns perderam quase tudo", explica à AFP Stéphane Gabard, presidente do Sindicato de AOC Bordeaux e Bordeaux Superior.

O impacto do mofo

"Ninguém sabe: pensávamos que no início de junho teríamos uma colheita muito grande e em meados de julho muito fraca, mas no momento a dos crémants está bem melhor do que imaginávamos", comenta Christophe Chateau, diretor de comunicação do Conselho Interprofissional do Vinho de Bordeaux (CIVB).

"É certo que com o míldio se foi grande parte da colheita", confirma Stéphane Gabard. Ele considera que as perdas estão entre 20% e 50% da safra, sem apostar em um valor definitivo.

"Felizmente, o mofo não prejudica a qualidade das uvas", explica, complementando que as condições de temperatura durante o verão podem garantir "uma boa vindima".

"As safras precoces costumam ser safras maduras e de boa qualidade", avalia.

Retirada das vinhas

Muito debilitadas, as parreiras de Bordeaux são alvo de um plano de desenraizamento das vinhas (ato de arrancar as vinhas) de 57 milhões de euros, cofinanciado pelo Estado e pelo CIVB para regular a oferta, restabelecer os preços e prevenir o desenvolvimento de doenças nas plantas.

De acordo com as pré-candidaturas apresentadas pelos produtores em meados de julho, cerca de 10 mil hectares de vinha deverão ser desenraizadas após a vindima. 

A França também subsidia a destruição de excedentes de vinhos tintos e rosés por destilação. As bacias de Bordeaux e Languedoc são as primeiras candidatas.

(Com informações da AFP)

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