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Mofo ameaça produção de vinho em Bordeaux e vinicultores lamentam prejuízos

Em entrevista à Franceinfo nesta quarta-feira (08), o presidente do sindicato AOC (Apelação de Origem Controlada) de Bordeaux, Stéphane Gabard, pediu a atenção e a solidariedade nacional para o problema, que vem causando estragos “nunca antes vistos” nas vinhas da região.

Foto ilustrativa de parreiral acometido por mofo e fungo.
Foto ilustrativa de parreiral acometido por mofo e fungo. © RFI/Agnieszka Kumor
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De acordo com Stéphane Gabard, todos os vinhedos do departamento foram mais ou menos afetados pelo oídio, um fungo que causa danos aos parreirais. Neste ano, a situação ficou ainda pior devido às mudanças climáticas.

Enquanto a produção de vinho francês é esperada "em nível médio" neste ano de 2023, a região de Bordeaux foi particularmente afetada pelo mofo. “Não é culpa dos agricultores,  não foi devido a um manejo errôneo das vinhas”, defende Gabard, “foram mesmo estas alterações climáticas, estas condições atmosféricas que causaram estes danos”.

Um clima "quase subtropical"

"Este ano, na região da Gironda, não tivemos um clima oceânico como de costume. Tivemos um clima quase subtropical, com altas temperaturas e um volume de água muito alto. As folhagens nos parreirais ficaram molhadas durante muito tempo, condição ideal para o desenvolvimento do bolor”, explicou Gabard.

Segundo ele, “todo a região” sofreu com o problema: “A câmara de agricultura estima que 90% dos terrenos foram afetados. A produção em Bordeaux será, portanto, mais uma vez reduzida", lamentou, sem fazer uma avaliação precisa das perdas até o momento.

Mofo não é reconhecido como desastre natural

Os vinicultores esperam que o governo reconheça o estado de calamidade agrícola, pedido que até agora não foi atendido. As seguradoras não reconhecem o mofo como um desastre natural, o que acaba não permitindo o pagamento de indenizações.

A colheita do crémant [como é conhecido o espumante na França] "começará por volta de 15 de agosto", de acordo com Gabard, "os brancos no final de agosto e os tintos no início de setembro". Uma colheita cujas datas vão mudando ao longo dos anos: estão agora em média "de três semanas a um mês", mais cedo do que há quinze anos.

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