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Paris 2024: "Este será o lugar mais seguro do planeta”, diz Comitê Organizador a um ano dos Jogos

Esta quarta-feira (26) marca exatamente um ano para os Jogos Olímpicos Paris 2024. A Rádio França Internacional e a France 24 entrevistaram Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos. Três vezes medalhista de ouro de canoagem, o ex-atleta fala sobre a expectativa para o grande evento esportivo do ano que vem, quando os olhos do mundo estarão voltados para a capital francesa.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris-2024 (Cojo), Tony Estanguet.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris-2024 (Cojo), Tony Estanguet. AFP/Archives
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Estanguet falou sobre a responsabilidade de Paris e o andamento do projeto olímpico, numa entrevista aos pés da Torre Eiffel, cartão-postal onde será contada uma parte importante da olimpíada francesa.

“É acima de tudo uma emoção incrível. Entramos na reta final. Daqui a um ano, nosso país receberá o mundo. Em um ano, receberemos os melhores atletas, de mais de 200 países. Vamos vivenciar essa magia olímpica que eu já experimentei como atleta. Mal posso esperar para ver o meu país brilhar nesses Jogos. Acho que vai ser um momento inesquecível”, acredita Estanguet.

Tony Estanguet é tri campeão olímpico de canoagem pela França.
Tony Estanguet é tri campeão olímpico de canoagem pela França. REUTERS/Suzanne Plunkett

Em 26 de julho de 2024, data prevista para a cerimônia de abertura, os atletas serão transportados de barco pelo rio Sena, um desafio que exige uma grande logística. Há poucos dias, foi realizado um primeiro evento-teste com alguns dos barcos e que agradou ao Comitê Organizador. 

Cerca de quarenta barcos desfilaram na manhã da segunda-feira (17) no rio Sena entre a ponte de Austerlitz e a ponte de Iéna para testar as "manobras", as "distâncias", a duração e a transmissão em vídeo da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

“Esta é a primeira vez que uma cerimônia de abertura olímpica acontecerá no coração da cidade-sede. E isso é importante para nós, porque a cerimônia de abertura é o primeiro contato com os Jogos. É o momento em que teremos a assinatura desses Jogos de Paris 2024, que sonhamos que sejam espetaculares. Também sonhamos que sejam populares, com centenas de milhares de pessoas recebendo estes atletas ao longo de seis quilômetros”, explica.

A ambição de Paris de fazer uma abertura fora de um estádio é um desafio imenso para o Comitê Organizador, admite o presidente da Paris 2024. "Cerca de cem barcos desfilarão por esses seis quilômetros do leste de Paris até aqui, aos pés da Torre Eiffel, para levar imagens incríveis, tanto para atletas quanto para espectadores de todo o mundo. Passaremos em frente à Catedral de Notre-Dame, em frente ao Museu do Louvre, em todas essas pontes. E já começamos a testar, porque é um compromisso importante para nós. Serão mais de um bilhão de pessoas assistindo à cerimônia de abertura. Queremos dar a eles o melhor show. Por enquanto, está tudo bem”, avalia.

Tony Estanguet lembra que Paris tem experiência em grandes eventos, pois todos os anos organiza a festa nacional do 14 de julho, o Ano Novo e diversas viradas culturais, eventos que reúnem milhões de pessoas nas ruas da cidade, uma grande experiência em termos de segurança que será usada para esses Jogos.

Segurança

Ainda não se sabe exatamente quantos espectadores, pagantes ou não, irão assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Paris 2024. O número ainda não revelado, contudo, faz parte dos planos de segurança do evento. Um protocolo já foi assinado com o Ministério do Interior para garantir a tranquilidade dos participantes.

“É importante reafirmar aqui que a segurança é a prioridade número 1 destes Jogos. Sabemos que todo o resto é inútil se houver um incidente de segurança”, diz Estanguet. “O sistema que está sendo implantado não tem precedentes. Estamos falando de dezenas de milhares de policiais e agentes que trabalharão para garantir a segurança dos Jogos. Este será o lugar do planeta onde estaremos mais seguros”, compara.

“Mais uma vez, há uma expertise, um know-how. Há uma coordenação muito boa hoje com o quartel-general da polícia. Está indo muito bem. Existe uma boa complementaridade entre as forças de ordem e a segurança privada para garantir justamente essa segurança”, garante.

Transportes

Outro desafio importante para o Comitê Organizador dos Jogos Paris 2024 diz respeito aos transportes. Serão milhões de espectadores para transportar durante esta quinzena olímpica e Paris pretende contar com a rede já existente, além de novas linhas de metrô.

“Acho importante lembrar que a região da Île-de-France (onde está Paris) tem uma das melhores redes de transporte do mundo. Hoje estamos muito bem dotados de transporte público. É verdade que nos propusemos a um objetivo muito ambicioso, que é servir todos os locais de competição com transporte público. Porque queremos reduzir pela metade a pegada de carbono desses Jogos”, observa o presidente do Comitê Organizador.

“É um desafio que estamos assumindo, com o apoio dos atores públicos. Já garantimos os transportes para todas as pessoas credenciadas, portanto, jornalistas, atletas, funcionários. E agora, estamos trabalhando com base nas informações de bilheteria e começamos a saber de onde virão os espectadores. Assim conseguiremos, a mais de um ano dos Jogos, trabalhar com mais precisão, dia a dia, hora a hora, todos os fluxos. Portanto, este é um desafio sem precedentes, mas também há uma experiência sólida”, reforça Estanguet.

Ingressos

Atualmente no meio da terceira fase da venda de ingressos para as competições, o Comitê Paris-2024 comemora o sucesso nas fases anteriores, com quase 7 milhões de ingressos vendidos. Porém, os organizadores foram questionados sobre os altos valores dos bilhetes.

“Acho importante lembrar o sucesso sem precedentes do lançamento da bilheteria. É o que diz o Comitê Olímpico Internacional (COI), quase 7 milhões de ingressos vendidos, em poucas semanas. É inédito e isso é bom. Há um entusiasmo muito grande. Há muitos compradores franceses. Temos orgulho disso também, 60% dos compradores são franceses. Isso significa que os estádios serão azuis, brancos e vermelhos, com grande entusiasmo e torcida para os atletas franceses. Mal podemos esperar para ver”, observa Estanguet.

“O preço também foi um problema para conseguirmos garantir metade dos ingressos a 50 euros (R$ 263) ou menos, 4 milhões de ingressos por menos de 50 euros. Eles desapareceram em minutos, foram vendidos em uma velocidade vertiginosa em quase todos os esportes. Há também a necessidade de ter bilhetes a preços mais elevados porque a organização dos Jogos, o orçamento da organização dos Jogos, é 96% financiado por dinheiro privado. E a venda de ingressos responde por mais de um terço desse modelo de negócios. Então, também é bom que não pese para os cofres públicos a organização dos Jogos. E para isso, temos que aceitar que 10% dos bilhetes custem mais de 200 euros (R$1.052)”, explica o executivo.

Voluntários

Até o momento, o Comitê recebeu mais de 300.000 inscrições para 45.000 vagas para voluntários dos Jogos Paris 2024. “Provavelmente, haverá alguns que ficarão desapontados. E sentimos muito porque é um ato importante querer doar o seu tempo para participar do sucesso dos Jogos. Então, muito obrigado a todos esses voluntários”, agradece Estanguet.

“O esporte francês se constrói graças a pessoas que dedicam seu tempo, que todos os dias, todos os fins de semana, recebem milhões de franceses para praticar esportes. Vamos agora escolher os 45 mil voluntários durante este verão (francês). Teremos a resposta no outono (setembro) para então definir as missões, oferecer treinamento para que, em um ano,  possamos estar coletivamente prontos para receber o mundo nas melhores condições”, promete.

Chama Olímpica

No dia 16 de abril de 2024, 100 dias antes do início dos Jogos de Paris, a tocha olímpica será acesa, como manda a tradição, por raios de sol em uma cerimônia na cidade de Olímpia, na Grécia, o berço das Olimpíadas. Depois de nove dias circulando pelo país, a chama será transportada pelo famoso veleiro francês Belém, atravessará o Mar Mediterrâneo e chegará a Marselha, no sul da França, no dia 8 de maio.

“Acho que a chegada da chama é um impulso incrível. Vamos dar as boas-vindas a esta chama olímpica que volta ao nosso país, 100 anos após os últimos Jogos, em 1924. Nós estamos encantados com este momento. Será uma grande festa em todo o nosso país, desde a chegada à Marselha, em 8 de maio de 2024, cruzando todo o nosso território, 64 departamentos, incluindo cinco no exterior”, explica Estanguet.

“É importante para nós irmos ao encontro de milhões de franceses, para dar vida à magia dos Jogos. Temos que saudar estes atletas, de todas as regiões. Nós, atletas franceses, viemos dos quatro cantos da França, temos orgulho dos nossos territórios, onde começamos no esporte. É formidável que essa chama possa passar por esses territórios para divulgar tudo o que o esporte trouxe e fez os franceses viverem. É um momento inesquecível destes Jogos”, conclui o presidente do Comitê Organizador.

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