Seca na França: Nestlé interrompe extração de água mineral e governo proíbe venda de piscinas
A Nestlé (responsável por marcas de agua mineral francesas como Vittel, Contrex e Perrier) decidiu suspender duas fontes de extração de água na região de Vosges (oeste) devido à seca que assola a França, informou a empresa na quinta-feira (4). O grupo não especificou até o momento quanto tempo essa medida durará. A venda de novas piscinas foi proibida nesta sexta-feira (5) pelo governo francês na região dos Pirineus Orientais.
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"Nesse contexto, dois dos poços destinados à produção da marca Hépar foram identificados como particularmente sensíveis, devido à sua pouca profundidade, e aos riscos climáticos envolvidos", o que afeta "a disponibilidade de recursos hídricos nesses poços e torna muito difícil manter a estabilidade das características essenciais de uma água mineral natural", disse a mesma fonte, segundo a qual a Nestlé Waters decidiu "suspender" as extrações.
A produção da água Hépar, rica em magnésio, "continua com os outros quatro poços cujas condições operacionais não foram afetadas" e os produtos Hépar permanecem "disponíveis para seus consumidores e distribuidores (...) dentro dos limites das quantidades disponíveis", disse ainda o grupo.
A Nestlé Waters também afirma que "acelerará a implementação de medidas para melhorar a resiliência de suas operações, ao mesmo tempo em que busca uma gestão sustentável e responsável do recurso".
"Novos projetos serão implementados nesta primavera em colaboração com as partes interessadas locais, para seguir seu roteiro ambiental e continuar a proteger a área de recarga de água dos riscos climáticos", disse a empresa.
Piscinas proibidas
A venda de novas piscinas será proibida nos Pirineus Orientais (fronteira com a Espanha) a partir da próxima semana, anunciou na sexta-feira o ministro da Transição Ecológica da França, Christophe Béchu, à rádio francesa RTL.
Essa decisão foi tomada "para evitar que as pessoas comprem piscinas e se sintam tentadas a enchê-las, embora isso seja proibido", explicou Béchu.
O anúncio ocorre em um momento em que medidas de "crise", incluindo proibição de regar o jardim, de encher as piscinas e lavar os carros, devem entrar em vigor em 10 de maio no departamento, que foi atingido por uma seca excepcional.
"Não é apenas uma decisão do governo, é a realidade da natureza e a situação em que nos encontramos, devemos nos acostumar com a ideia de que o aquecimento global acontece agora", disse o ministro.
Esse "nível de alerta de crise", o mais alto, dirá respeito "aos territórios do Têt e do Agly", dois rios que atravessam parte desse departamento que faz fronteira com a Espanha, anunciou o prefeito na semana passada, após uma reunião do comitê local de recursos hídricos.
"Esta região está experimentando por antecipação o que parte dos departamentos ao redor do Mediterrâneo provavelmente experimentará", disse Christophe Béchu na quinta-feira passada, durante um Comitê de antecipação e monitoramento hidrológico (CASH).
(Com AFP)
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