Sede do grupo dono da Louis Vuitton é invadida em Paris em novo protesto contra reforma da Previdência
Vários manifestantes contrários à reforma da Previdência, imposta pelo governo francês, invadiram por alguns instantes a sede parisiense do grupo de luxo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), nesta quinta-feira (13). Os protestos aconteceram na véspera da análise da legalidade da reforma pelo Conselho Constitucional, nesta sexta-feira (14) .
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Depois de participarem de uma reunião na estação de trem Paris Gare de Lyon, no leste da cidade, mais de 400 grevistas pegaram o metrô e organizaram uma ação surpresa no endereço da LVMH, situado no número 22 da Avenida Montaigne, perto da avenida Champs Elysées.
A escolha do local é simbólica. Há uma semana, sindicalistas entraram na sede do edíficio onde funciona o fundo de investimentos BlackRock, que gerencia aposentadorias privadas.
Em sua reforma, o governo francês propõe o aumento da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos, o que desencadeou a revolta popular.
Desta vez, os manifestantes não entraram na loja Louis Vuitton, próxima da sede. “A rua é nossa”, gritaram em frente ao prédio. Muitos deles se sentaram no chão, antes de sair, após cerca de dez minutos.
Alguns jogaram bombas de fumaça vermelha no edifício e gritaram “tem dinheiro no bolso dos patrões” ou “continuaremos até a retirada (do projeto de lei de reforma das aposentadorias)” e “anti, anti, anticapitalista”.
Vários manifestantes colaram adesivos na entrada do LVMH, mas muitos também pediram aos participantes do protesto que não quebrassem nada no local.
Des manifestants envahissent le siège de LVMH à Paris @LucAuffret pour @LibreQg#ReformeDesRetaites #greve13avril #LVMH pic.twitter.com/uyfckAtnel
— QG le média libre (@LibreQg) April 13, 2023
Três meses de mobilização
“Estamos nos mobilizando há três meses, ou seja, a mobilização mais importante desde 1968. Vamos mostrar a Macron que a determinação não é dele, é dos trabalhadores”, declarou Fabien Villedieu, da SUD-Rail, sindicato dos trabalhadores ferroviários. durante uma assembleia geral anterior à ação.
“Se você está procurando dinheiro para financiar pensões, tire-o do bolso dos bilionários a começar por Bernard Arnault”, explicou Villedieu ao canal de TV francês BFMTV, em referência ao diretor-executivo da LVMH, considerado o homem mais rico do mundo, de acordo com a revista Forbes.
Jérôme Rodrigues, um dos líderes do movimento dos coletes amarelos, também participou da reunião na estação Gare de Lyon. "Estão ameaçando nossa democracia. A luta deve ir além das aposentadorias", afirmou.
Últimas ações
Este é o último protesto contra a reforma das aposentadorias antes da decisão do Conselho Constitucional, que determinará a legalidade da reforma nesta sexta-feira.
Centenas de milhares de pessoas são esperadas nas manifestações em toda a França nesta quinta-feira, convocadas pelos sindicatos, que se mostram unidos.
Três meses após seu início, a mobilização continua, embora a participação esteja em queda em relação aos últimos protestos, há uma semana.
Entre 400 e 600 mil pessoas são esperadas nas ruas, segundo as autoridades. Em 6 de abril, 570 mil participaram dos protestos e 740 mil manifestaram em 28 de março.
A participação nesta quinta-feira já era menor em Toulouse, no sudoeste do país, onde a polícia contabilizou 9 mil participantes e a central sindical CGT 70.000. Estes são os números mais baixos desde 11 de março.
(Com informações da AFP)
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