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França: após a aprovação da reforma da Previdência pelo Senado, acompanhe os próximos passos do projeto

O Senado francês aprovou, neste sábado (11), a polêmica reforma da Previdência promovida pelo presidente Emmanuel Macron, enquanto milhares de pessoas tenham voltado às ruas contra o projeto – embora o movimento tenha perdido força. A votação foi um passo-chave para colocar em prática a reforma, que ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Nacional, a Câmara dos Deputados francesa, possivelmente na quinta-feira.

Manifestação contra a reforma previdenciária que visa aumentar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos, em16 de fevereiro de 2023, em Paris.
Manifestação contra a reforma previdenciária que visa aumentar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos, em16 de fevereiro de 2023, em Paris. AP - Christophe Ena
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"Um passo importante foi dado", declarou a primeira-ministra Elisabeth Borne, após 195 senadores votarem a favor da proposta e 112 contra. "Apesar das tentativas de obstrução por parte de certos grupos, o debate democrático foi finalizado".

Borne garantiu que o governo "continuará colocando toda sua energia" para ir "até o final do processo democrático para que este texto seja votado".

Os sindicatos convocaram o protesto para sábado com a esperança de atrair mais trabalhadores, e ainda e ainda esperam forçar Macron a desistir da proposta.

Segundo o Ministério do Interior, 368 mil pessoas foram às ruas na França neste sábado, 48 mil delas em Paris. O número é inferior ao de 16 de fevereiro (440 mil na França, 37 mil na capital), dia que havia mobilizado o menor número de manifestantes desde o início dos movimentos de protestos, em final de janeiro.

No entanto, o sindicato CGT estimou em mais de 1 milhão os manifestantes deste sábado, 300 mil deles em Paris.

Reforma impopular

Uma recontagem feita pela consultoria Occurrence para um grupo de meios de comunicação, incluindo a AFP, rebaixou as estimativas do número de manifestantes em Paris para 33 mil neste sábado.

Dois terços dos franceses, segundo as pesquisas, são contrários ao plano de elevar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030, além de antecipar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42 como atualmente) para que o aposentado receba a pensão integral.

A rejeição dos franceses foi demonstrada em vários protestos desde 19 de janeiro, além de greves nos transportes e no setor de energia, entre outros.

"É a reta final", disse Marylise Leon, secretária-geral adjunta do sindicato CFDT. "Tudo está em jogo agora", declarou em entrevista à rádio Franceinfo.

A tensão sobre a reforma atingiu o pico esta semana, depois que Macron se recusou a aceitar reuniões com representantes dos sindicatos, o que provocou "muita irritação", segundo Philippe Martinez, líder do CGT.

"Quando milhões de pessoas estão nas ruas, quando há greves e tudo o que recebemos do outro lado é o silêncio, as pessoas perguntam: O que mais temos que fazer para sermos ouvidos?", afirmou, antes de pedir um referendo sobre a reforma previdenciária.

"Como ele está muito seguro de si, o presidente da República deveria consultar o povo. Veremos qual é a resposta do povo", propôs.

"Imploro aos que governam este país que saiam desta forma de negação do movimento social", insistiu o líder do sindicato CFDT, Laurent Berger.

Semana decisiva

Este projeto emblemático do segundo quinquênio de Emmanuel Macron continua sua jornada legislativa e entra em uma semana decisiva. Uma votação crucial provavelmente o espera na quinta-feira na Assembleia Nacional. 

Mas as dúvidas sobre a existência de maioria entre os deputados reavivaram a hipótese de recurso do governo a um artigo da Constituição francesa que permite a adoção sem votação.

(Com AFP)

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