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Novo assassinato de professora a facadas reativa traumatismo de ataques a escolas na França

A polícia francesa começou a ouvir testemunhas e o principal suspeito da morte de uma professora de espanhol, na manhã desta quarta-feira (22), em uma escola particular de Saint-Jean-de Luz (Pirineus Atlânticos), no sudoeste da França. O ministro da Educação visitou o local do crime. A vítima foi atacada a facadas por um aluno, em sala de aula.

Foto de ilustração. A polícia investiga a morte de uma professora de espanhol em sala de aula, na França.
Foto de ilustração. A polícia investiga a morte de uma professora de espanhol em sala de aula, na França. AP - Francois Mori
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Ao meio-dia (pelo horário local, 8h da manhã em Brasília), os alunos puderam deixar gradualmente o estabelecimento. Após cerca de duas horas confinados nas salas de aula, eles encontraram os pais preocupados, que se concentraram na porta da escola, localizada no centro da cidade, que tem cerca de 1.100 alunos.

Ouvido pelo jornal Sud Ouest, uma das testemunhas diz ter visto quando o agressor "tirou um objeto enrolado em um papel de sua mochila". Ainda segundo esse aluno, "o adolescente bloqueou a porta e apunhalou a professora". "Nós ouvimos um grito e depois mais nada", conta. Assustados, alguns estudantes tentaram pular a janela para fugir do local.

Um grupo de psicólogos e enfermeiros está na escola para prestar assistência aos alunos. 

Suspeito é estudante de 16 anos

O suposto autor do ataque, de 16 anos, foi preso e levado sob custódia. O estado de saúde dele permite que ele seja interrogado pelos investigadores. Ainda não se sabe se ele estava dentro da sala de aula ou se entrou no local para atacar a professora de espanhol, de 52 anos.

Segundo o site informativo Actu.fr do País Basco, a vítima estava em parada cardiorrespiratória quando os socorristas chegaram, e não conseguiram reanimá-la.

Em um comunicado à imprensa, a prefeitura informa que o crime aconteceu no colégio Saint-Thomas d'Aquin. O promotor público de Bayonne, Jérôme Bourrier, confirmou que “houve de fato um ataque com faca e que a vítima morreu".

Um colega da professora assassinada disse à BFM TV que ela era uma pessoa "simpática, bastante exigente, mas justa no trabalho". O professor completou que ela nunca havia tido enfrentamento com os alunos. 

O porta-voz do governo, Olivier Véran, anunciou que o ministro da Educação francês, Pap Ndiaye, deve fazer um pronunciamento no local, na tarde desta quarta-feira. Mais cedo, Ndiaye tuitou sobre a "enorme emoção após a morte, hoje, de uma professora da escola secundária Saint-Thomas-d'Aquin em Saint-Jean-de-Luz. Meus pensamentos estão com a sua família, colegas e alunos", escreveu o ministro da Educação.

“É um dia triste para a educação nacional”, afirmou o ministro da Educação Pap Ndiaye, ao visitar a escola. “Frente a esse drama de forte gravidade que chocou o país, viemos trazer a solidariedade do governo e prestar respeito à vítima, que era muito engajada no serviço escolar”, completou.

De acordo com o ministro, o momento é para expressar solidariedade e os primeiros detalhes da investigação serão revelados, nesta quinta-feira (23), pelo procurador da República.

Cerca de 90 alunos estão sendo atendidos por psicólogos, neste estabelecimento “reputado pela calma e serenidade” no ambiente escolar, acrescentou o ministro da Educação.  Pap Ndiaye disse que “nada em particular permitia prever um drama como esse” e que “não é hora de tirar conclusões precipitadas”.

Caso relembra morte de Samuel Paty

Esta é a primeira vez que um professor é morto no trabalho na França, desde o assassinato de Samuel Paty, em 16 de outubro de 2020, em Conflans-Sainte-Honorine, uma cidade tranquila na região de Paris. Paty, de 47 anos, foi esfaqueado e decapitado em uma rua perto da escola em que lecionava - a Bois d'Aulne - quando voltava para casa.

O assassino, um refugiado checheno radicalizado de 18 anos, foi morto pouco depois pela polícia francesa. Ele acusou o professor de mostrar caricaturas do profeta Maomé na escola,

Outros casos

Em julho de 2014, uma professora de 34 anos foi morta a facadas pela mãe de um aluno de uma escola em Albi, na região da Occitânia.

Em agosto de 1996, um professor de inglês de 51 anos foi morto por dois jovens, enquanto caminhava na feira Dax, na Nova Aquitânia. Entre os agressores estava um aluno que ele havia reprovado.

Quatro anos antes, um homem de 53 anos, professor de carpintaria e desenho industrial em um estabelecimento para jovens em dificuldade em Seine-Maritime, foi morto por um estudante de 15 anos, depois de uma briga em que o professor deu um tapa na cara do aluno.

Em 13 de setembro, um estudante de 15 anos do ensino médio esfaqueou a garganta de um professor de uma escola de ensino médio, em Caen. A vítima, de 63 anos, recebeu alta do hospital alguns dias depois. O estudante foi indiciado no final de setembro e preso.

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