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França: após invasão em Brasília, 44% da população teme contestação violenta de eleições

O jornal Le Figaro desta quinta-feira (2) trata dos grandes temores dos franceses para 2023. Um dos principais medos seria a descredibilização das eleições, seguidos por incidentes violentos, a exemplo dos que ocorreram no Brasil e nos Estados Unidos.

Destaque na imprensa francesa para os temores temores dos franceses em 2023. Na França,  44% dos entrevistados pensam que os resultados de uma eleição podem ser contestados de forma violenta.
Destaque na imprensa francesa para os temores temores dos franceses em 2023. Na França, 44% dos entrevistados pensam que os resultados de uma eleição podem ser contestados de forma violenta. AP - Eraldo Peres
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Após anos de atentados terroristas, diante de uma revolta social contra a reforma da Previdência e na saída da pandemia de Covid-19, a população da França está longe da serenidade, aponta uma pesquisa realizada pelos institutos Fiducial/Odoxa para o diário.

Segundo o levantamento, o principal medo dos franceses atualmente é de violências: 87% acreditam que os protestos contra a reforma da Previdência - até o momento pacíficos - podem acabar em confrontos. Em seguida, 78% pensam que a inflação pode inflamar ainda mais a sociedade, e 76% dizem que é o preço da eletricidade que tem chances de revoltar os franceses.

Dentro deste clima de revolta social, 44% dos entrevistados acreditam que os resultados de uma eleição podem ser contestados de forma violenta.

Os motivos: uma forte rejeição dos governantes e principalmente do presidente Emmanuel Macron. Essa motivação, segundo os autores da pesquisa, seria inspirada também pela invasão do Capitólio pelos apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump, em 2021, e na tomada dos prédios públicos em Brasília por bolsonaristas, em 8 de janeiro deste ano.

Inflação e aumento do preço da eletricidade

O principal temor dos franceses, a inflação, já é um problema encarado no dia a dia. "Nos supermercados, os preços se tornaram impossíveis" é o título de uma matéria do jornal Libération.

Segundo o diário, há anos não se enfrentava um aumento de preços tão grande. Segundo uma pesquisa recente do Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos da França (Insee) uma alta de 13,2% no valor dos alimentos foi registrada neste mês de janeiro em relação ao mesmo período no ano passado.

Diante deste fenômeno, os consumidores franceses não têm outra opção: baixar o consumo e escolher em produtos em promoção.

Segundo o Insee, a compra de produtos alimentícios registrou uma queda de 4,6% em 2022 - uma porcentagem inédita, desde o início da realização deste tipo de levantamento, em 1962. "Vamos ter que comer apenas massa e arroz", diz a enfermeira Caroline ao jornal Libération, em um supermercado de Nantes, no oeste do país.

O jornal La Croix destaca o aumento do preço da energia elétrica na França. A partir deste mês, a conta da eletricidade custará 15% a mais. A solução de baixar o consumo já vem sendo adotada no país, onde, nas últimas semanas, o uso de energia elétrica baixou em 8,3% em relação ao mesmo período, de 2014 a 2019. Ainda assim, o preço da eletricidade da França é um dos mais baixos da Europa, aponta o diário.

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