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'Queda de braço' da reforma da Previdência fica mais dura, avalia imprensa francesa após manifestações

O segundo dia de greve nacional e manifestações na França contra a reforma da Previdência, que aconteceu nesta terça-feira (31), ocupa a primeira página de todos os jornais francesas desta quarta-feira (1°).

Um manifestante segura um sinalizador vermelho durante uma manifestação contra o plano de reforma previdenciária do governo francês em Paris, como parte de um dia de greve nacional e protestos na França, em 31 de janeiro de 2023.
Um manifestante segura um sinalizador vermelho durante uma manifestação contra o plano de reforma previdenciária do governo francês em Paris, como parte de um dia de greve nacional e protestos na França, em 31 de janeiro de 2023. REUTERS - BENOIT TESSIER
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Uma foto com manifestantes em Paris cobre toda a capa do Libération, que se pergunta: "Reforma das Aposentadorias: Inegociável?", em uma referência à declaração da primeira ministra Elisabeth Borne sobre o aumento da idade mínima para 64 anos.

Para o diário, o crescimento dos movimentos populares, com novas manifestações previstas para 7 e 11 de fevereiro, pode colocar em xeque a certeza da premiê de não voltar a "negociar" sobre esta polêmica decisão.

Libé destaca que, entre pessoas que há anos não se juntavam a protestos e outras que simplesmente nunca tinham participado deste tipo de movimento, mais franceses foram às ruas, alegando que "desta vez, não poderiam faltar".

Uma imagem em plano aberto da manifestação desta terça-feira também ocupa a primeira página do Le Parisien. Sob a manchete "A pressão nas ruas", o diário da capital francesa chama a atenção para a atuação mais engajada dos sindicatos neste debate, motivados pelo aumento da adesão popular.

De acordo com a polícia, Paris reuniu 87 mil manifestantes, contra 80 mil em 19 de janeiro, primeiro dia de greves e protestos. Mais otimista, a CGT, uma das maiores centrais sindicais do país, contou 500 mil participantes na capital.

Cerca de 1,27 milhão de pessoas protestaram, nesta terça-feira (31), na França, contra a reforma da Previdência, impulsionada pelo presidente Emmanuel Macron, informou o ministério do Interior, enquanto a CGT estimou em 2,8 milhões os participantes.

Queda de braço

"A queda de braço fica mais dura" afirma a manchete do Les Echos. O jornal mostra os reflexos no clima no Parlamento, enquanto as ruas do país seguiam tomadas, e os esforços da primeira-ministra para ampliar sua influência sobre os três maiores grupos na Assembleia Nacional, antes da retomada das discussões sobre o projeto de reforma na próxima segunda-feira.

Em seu discurso, Borne fala "em respeitar as opiniões daqueles que se manifestam. Isto é a democracia", porém, ela chama seus aliados a "escutarem os franceses e combaterem as inverdades" em torno desta reforma amplamente criticada por ter sido mal comunicada à população.

Já o Le Figaro alerta para a possibilidade de uma longa disputa em torno da reforma, em que os dois pontos mais sensíveis - a idade mínima e o período de contribuição - podem ter uma margem pequena de negociação, mas não seriam intocáveis.

"O Parlamento sob a pressão dos sindicatos e do Executivo" sintetiza a manchete do Le Monde. A publicação destaca também o movimento dos prefeitos franceses, principalmente os de esquerda, em "solidariedade" aos movimentos de contestação popular. Centenas de prefeituras em toda a França fecharam suas portas nesta terça-feira de greve.

Mais uma manobra de pressão sobre um embate que se dá entre o Palácio do Eliseu, a Assembleia Nacional e as ruas.

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