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Governo francês se prepara para “batalha” da reforma das aposentadorias; esquerda vai se opor

O primeiro Conselho de Ministros do ano na França, nesta quarta-feira (4), foi marcado por um tom “sombrio”, na avaliação do jornal Le Figaro: o governo sabe que a 'batalha das batalhas', a reforma das aposentadorias prevista para 2023, não será nada fácil.

Integrantes do governo chegam ao Palácio do Eliseu na quarta-feira, para o primeiro Conselho de Ministros do ano.
Integrantes do governo chegam ao Palácio do Eliseu na quarta-feira, para o primeiro Conselho de Ministros do ano. REUTERS - GONZALO FUENTES
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A discussão sobre aumento do tempo de contribuição para a previdência, uma promessa de campanha desde o primeiro mandato do presidente Emmanuel Macron, acabou sendo adiada devido à pandemia de Covid-19. Mas o líder agora está determinado a avançar neste delicado tema.

Le Figaro destaca nesta quinta-feira (5) que o momento não é propício: a França vive uma crise energética, inflação alta e uma greve de médicos e enfermeiros. Consciente dos riscos, a primeira-ministra Elisabeth Borne disse que os ministros “deverão enfrentar” essas e outras dificuldades e conclamou a equipe à “resistência aos ventos contrários”.

E os ventos se anunciam fortes pela esquerda, em oposição ao projeto que passa a idade mínima para a aposentadoria integral dos atuais 62 para 65 anos. Em entrevista ao Libération, o secretário-geral do Partido Socialista, Olivier Faure, afirma que, “unida”, a coalizão de partidos de esquerda na Assembleia Nacional, a Nupes, “pode fazer o governo recuar”. 

Entretanto, há divisões dentro desta aliança: Faure afirma que o Partido Socialista pode concordar em batalhar para que a aposentadoria integral volte a ser possível aos 60 anos, como espera o partido de esquerda radical França Insubmissa, mas não abre mão que o tempo de contribuição recue para menos de 40 anos.

Conflitos sociais à vista

Nas páginas do Parisien, o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, diz que “ninguém deseja um bloqueio do país”, já que a mobilização sindical contra o projeto a ser apresentado em 10 de janeiro promete ser intensa. O ministro indica que o governo está aberto à negociação sobre a idade mínima, que poderia ser de 64 em vez de 65 anos, mas à condição que o tempo de contribuição passe progressivamente para 43 anos na França.

Antes mesmo da divulgação do projeto, os manifestantes coletes amarelos se preparam para retomar as manifestações. Protestos estão marcados neste sábado em Paris. Os coletes amarelos também protestam contra inflação alta, além de acusar o governo de forçar a aprovação de medidas no Parlamento, utilizando um dispositivo constitucional que desconsidera a  votação dos deputados sobre os textos apresentados pelo Executivo.

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