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Macron é acusado pela oposição de politizar derrota da seleção francesa na Copa

O presidente francês, Emmanuel Macron, está no centro de uma nova polêmica. O chefe de Estado é acusado de se aproveitar politicamente da tristeza dos jogadores da seleção francesa, após a derrota para a Argentina no último domingo (18). 

O presidente francês, Emmanuel Macron, abraça o atacante Kylian Mbappé em campo, após a derrota da França para a Argentina na final da Copa do Mundo, no último domingo (18).
O presidente francês, Emmanuel Macron, abraça o atacante Kylian Mbappé em campo, após a derrota da França para a Argentina na final da Copa do Mundo, no último domingo (18). REUTERS - CARL RECINE
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"Macron estragou um momento esportivo" é o título de uma matéria no jornal Libération desta terça-feira (20). A foto do presidente francês abraçando o atacante Kylian Mbappé em campo, na entrega das medalhas, foi captada por câmeras do mundo inteiro. Publicada no Twitter pela ministra francesa dos Esportes, Amélie Oudéa-Castera, a cena provocou indignação por parte da oposição. 

Antes do início da Copa, em novembro, ao ser questionado se iria aderir ao boicote ao evento em protesto contra o Catar, o presidente francês já havia irritado a oposição afirmando que "o esporte não deveria ser politizado". Libé destaca que grandes competições esportivas são instrumentos de soft power há mais de um século e diz que faltou coragem ao presidente para denunciar a violação de direitos humanos no país sede da Copa. 

No entanto, para o diário progressista, Macron passou dos limites ao posar como "o pai consolador de uma nação". "Ele veio parasitar esse formidável momento esportivo. Ele estragou as imagens que pertenciam a todos em um momento - o da derrota - que deveria ser tudo menos político", publica Libération.

Volta dos jogadores para a França

Os principais jornais franceses desta terça-feira destacam a volta para a casa da equipe de Didier Deschamps. Os "Bleus" foram ovacionados por cerca de 50 mil torcedores na volta a Paris ontem.

"Obrigado" é a manchete do jornal Le Parisien, que estampa sua capa com uma foto do time francês. O diário classifica como "um triunfo" o retorno da equipe de Didier Deschamps à França, recebida por milhares de torcedores na praça da Concórdia, centro de Paris. "Essa é a última etapa da epopeia inesquecível do Mundial de 2022", afirma a matéria.

"Os Bleus de olho na Eurocopa" é a manchete do jornal Le Figaro, junto a uma foto das quatro estrelas da seleção francesa: Olivier Giroud, Antoine Griezmann, Aurélien Tchouaméni e Kylian Mbappé. Para o diário, a equipe já se concentra na próxima grande competição, a Euro 2024, que será na Alemanha. 

Le Figaro reconhece que a derrota para a Argentina, no domingo (18), será dificilmente digerida pelos jogadores. No entanto, o carinho dos milhares de torcedores "é reconfortante", disse o goleiro Hugo Lloris. "Momentos como esses os ajudarão a secar as lágrimas", diz o jornal. 

Mesmo tom do lado do jornal La Croix, que afirma que a seleção francesa tem "um futuro radiante" pela frente. O diário ressalta que a maioria da equipe tem entre 23 e 25 anos, o que lhes dá uma feliz perspectiva para continuar jogando juntos. Um sentimento que parece ser unanimidade entre os atletas. Para o zagueiro Raphael Varane, "o time vai se levantar e voltará mais forte. Temos potencial e coração", garante. 

Recorde de audiência 

Ao que tudo indica, os "Bleus" podem contar com o apoio da torcida, cuja devoção suscitou um recorde de audiência na TV francesa durante a Copa.

O jornal Les Echos destaca que mais de 24 milhões de telespectadores acompanharam a final do Mundial no domingo, um número inédito na França. "A performance extraordinária da equipe de Didier Deschamps - bem como o lado espetacular de muitas partidas - atraiu o público de maneira incrível, apesar dos apelos por boicote contra o Catar e a época atípica em que a competição foi realizada", diz o diário. 

A Copa também repercutiu em um aumento de compra de televisores na França, destaca o jornal Le Figaro. O grupo francês Fnac Darty registrou um salto de 40% da venda de aparelhos durante o Mundial. Segundo o diário, duas razões explicam o fenômeno: a Black Friday no final de novembro, poucos dias depois do início dos jogos no Catar, e o ótimo desempenho dos "Bleus". 

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