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Seleção da França é recebida por cerca de 50 mil torcedores em Paris

Após algumas horas de dúvida sobre se os jogadores da seleção francesa fariam ou não uma aparição pública ao voltarem para casa, depois de perderem a partida da final da Copa do Mundo do Catar por 4 a 2, nos pênaltis, contra a Argentina, o mistério acabou. Os "Bleus" foram recebidos calorosamente por uma multidão em Paris na noite desta segunda-feira (19). 

Equipe da França no Hotel Crillon depois de perder na final da Copa do Mundo contra a Argentina - Paris, França - 19 de dezembro de 2022 Os franceses Olivier Giroud, Antoine Griezmann, Aurelien Tchouameni e companheiros cumprimentam os torcedores de uma varanda.
Equipe da França no Hotel Crillon depois de perder na final da Copa do Mundo contra a Argentina - Paris, França - 19 de dezembro de 2022 Os franceses Olivier Giroud, Antoine Griezmann, Aurelien Tchouameni e companheiros cumprimentam os torcedores de uma varanda. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
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Um dia após a derrota contra a Argentina, os jogadores da seleção francesa foram recebidos como heróis por milhares de torcedores na Praça da Concórdia, em Paris.

Por volta das 21h30, hora local (17h30 pelo horário de Brasília), a equipe de Didier Deschamps apareceu na sacada do Hotel Crillon e foi aclamada por uma multidão de cerca de 50 mil pessoas que os esperavam há horas – alguns disseram ter esperado por 6 horas, numa noite fria de quase inverno.

"Merci, les Bleus" (Obrigado, "Bleus"), entoava a multidão, que também cantou a Marseillaise, o hino nacional francês, repetidas vezes, em coro, para os jogadores que acenavam da sacada. "Obrigado por tudo e obrigado apesar de tudo", era a mensagem de apoio que os torcedores quiseram levar aos jogadores.

Segundo os comentaristas do canal BFMTV, esta recepção entusiasmada foi uma surpresa. Eles diziam que, se o jogo da final não tivesse sido tão disputado, provavelmente os torcedores não teriam tanto reconhecimento por esta seleção. "A França virou um país de futebol", afirmaram. 

A segurança foi feita por 1.940 policiais. Olivier Giroud, Antoine Griezmann e Aurélien Tchouameni eram dos mais animados. Os jogadores ficaram por pouco mais de 30 minutos nas varandas do Hotel Crillon.

Torcedores franceses se reuniram na praça da Concórdia para recepcionar os "Bleus". Paris, 19 de dezembro de 2022.
Torcedores franceses se reuniram na praça da Concórdia para recepcionar os "Bleus". Paris, 19 de dezembro de 2022. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER

A multidão que enfrentou o mau tempo para recepcionar a seleção nacional era jovem, miscigenada, composta por pais com crianças pequenas, a nova geração de franceses sem complexos e capaz de compartilhar esse momento de união. Algo muito diferente do que noticiam as agências de notícias ao final de manifestações públicas que degeneram, uma realidade também compartilhada pelas desigualdades no país. 

Informações conflituosas

Apesar de em 2006, quando perderam a final da Copa do Mundo para a Itália, os jogadores tenham ido saudar os torcedores franceses nas sacadas do mesmo Hotel Crillon, o evento de hoje não estava confirmado até poucas horas antes. 

Durante o dia, as informações eram conflituosas. Se a Federação Francesa de Futebol (FFF) dizia que haveria um encontro com os torcedores na Praça da Concórdia, no início da avenida Champs-Élysées, o próprio presidente da Federação, Noel Le Graet, afirmou o contrário em uma entrevista ao canal BFMTV. 

"Os jogadores estão com pressa de voltar para casa", explicou Le Graet. "Quando a gente não ganha, não tem disposição, pelo menos eles, de ir passear na Champs-Élysées ou em outros lugares. Eles estão fora do país há mais de um mês e nos deixaram satisfeitos. Eles querem voltar para a casa deles o mais rápido possível", disse Le Graet durante a tarde desta segunda-feira. 

O goleiro Hugo Lloris, capitão dos "Bleus", disse no hotel a um jornalista do canal TF1 que a Copa no Catar tinha sido marcada por dificuldades para a equipe. Na entrevista, Lloris ainda aparecia abatido, triste, amargurado pela derrota, muito mais do que os torcedores orgulhosos do vice-campeonato. A atuação de Mbappé, que marcou três gols na final e se confirmou como o artilheiro do Mundial, foi amplamente reconhecida como excepcional pela torcida, apesar da decepção do atacante. 

Futuro de Deschamps

E, enquanto saúda os "Bleus", a França quer saber: Didier Deschamps continuará como treinador da seleção francesa?

Questionado sobre o assunto após a final da noite de domingo, o treinador se recusou a dizer se ficaria ou não. "Mesmo que o resultado fosse o contrário, eu não teria lhe dado a resposta. Obviamente, estou muito triste pelos meus jogadores e pela minha equipe. Terei um encontro marcado com meu presidente no início do ano e você saberá", respondeu a um jornalista.

De seu lado, Noel Le Graet, presidente da FFF, avisou que irá "rapidamente" discutir o futuro de Didier Deschamps à frente da equipe.

Recorde de audiência

A final da Copa de 2022 foi assistida por 24,08 milhões de pessoas no canal de TV aberto que transmitia os jogos na França, a TF1. 

"Um recorde histórico de audiência" para a tevê francesa, de acordo com o canal, nesta segunda-feira. Nunca houve tantas pessoas para assistir a um evento transmitido pela televisão na história do país. 

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