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Sarkozy declara inocência no caso de escutas telefônicas; ex-presidente compareceu ao julgamento de seu recurso

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy compareceu ao tribunal, em Paris, nesta segunda-feira (5), para o julgamento da apelação de sua condenação por corrupção e tráfico de influência no que ficou conhecido como o caso dos "grampos telefônicos".

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy chega para seu julgamento de apelação das acusações de corrupção e tráfico de influência, no tribunal de Paris, França, em 5 de dezembro de 2022. REUTERS/Pascal Rossignol
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy chega para seu julgamento de apelação das acusações de corrupção e tráfico de influência, no tribunal de Paris, França, em 5 de dezembro de 2022. REUTERS/Pascal Rossignol REUTERS - PASCAL ROSSIGNOL
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O ex-líder da direita da França reafirmou que "nunca" havia "corrompido ninguém", declarando que queria "defender sua honra". Sarkozy sempre jurou inocência e diz jamais ter cometido "qualquer irregularidade".

O político compareceu ao tribunal, onde é julgado juntamente com seu advogado Thierry Herzog e o ex-magistrado Gilbert Azibert. Em 2021, os três foram condenados em primeira instância a três anos de prisão, sendo um ano em regime fechado.

Sarkozy tornou-se, assim, o primeiro ex-presidente da Quinta República francesa a ser condenado a uma pena de prisão.

Como é habitual, a presidente do tribunal, Sophie Clément, verificou a identidade do ex-chefe de Estado, que compareceu ao tribunal de terno preto e gravata. Ela então disse ao réu que ele tinha o direito ao silêncio e perguntou se o ex-presidente contestava a sua culpa, bem como a sua sentença.

“Nunca usei esse direito [ao silêncio], não é aqui que vou começar”, declarou Nicolas Sarkozy. “Vou me explicar sobre cada escuta telefônica”, acrescentou, argumentando que as conversas entre um advogado e seu cliente eram protegidas pela jurisprudência da Corte Europeia de Direitos Humanos.

O processo tem origem nas interceptações telefônicas de conversas entre Nicolas Sarkozy e Thierry Herzog, no início de 2014, em uma linha não oficial aberta sob o pseudônimo de "Paul Bismuth". De acordo com a promotoria, ao longo da conversa, em que ambos julgavam estar a salvo de indiscrição, um pacto de corrupção foi firmado envolvendo Gilbert Azibert, 75, conselheiro geral da Corte de Cassação, que teria usado sua influência em favor de uma promessa de intervenção em sua carreira.

Segundo os investigadores, as conversas revelaram que Sarkozy teria tentado obter informações sigilosas de outro processo contra ele.

No julgamento em primeira instância, a justiça considerou que Sarkozy, que governou a França entre 2007 e 2012, utilizou seu status de ex-presidente para "presentear" o magistrado que havia servido a seus interesses pessoais.

"Ninguém foi prejudicado"

"As palavras são fortes, corrupção, tráfico de influência. Sou um ex-presidente da República, nunca corrompi ninguém e convenhamos que é uma corrupção estranha, sem dinheiro, nem um tostão para ninguém, sem benefício para ninguém e nenhuma vítima, já que ninguém foi prejudicado", afirmou Sarkozy nesta segunda-feira.

"Senhora presidente, eu sou advogado, sempre aprendi que com indícios sérios e concordantes, você é indiciado, mas para condenar, você precisa de provas. Onde estão as provas?" perguntou o ex-presidente, que denunciou o julgamento em primeira instância como "infâmia".

Sarkozy enfrenta ainda outros processos e investigações judiciais.

(Com informações da AFP)

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