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Tribunal de Paris analisa responsabilidade da Airbus e da Air France na tragédia do voo Rio-Paris

O jornal Libération desta sexta-feira (7) traz uma reportagem especial sobre a abertura do processo correcional contra a Airbus e a Air France, na segunda-feira (10), 13 anos depois da tragédia com o voo AF 447, entre Rio de Janeiro e Paris. As famílias das 228 vítimas esperam obter respostas sobre a responsabilidade das duas gigantes da aviação na queda da aeronave. 

Especialistas do Escritório francês de Investigações e Análises (BEA, sigla em francês) inspecionam os destroços do Airbus 330 da Air France, em 24 de julho de 2009, no laboratório aeronáutico CEAT em Toulouse, no sul da França.
Especialistas do Escritório francês de Investigações e Análises (BEA, sigla em francês) inspecionam os destroços do Airbus 330 da Air France, em 24 de julho de 2009, no laboratório aeronáutico CEAT em Toulouse, no sul da França. AFP - ERIC CABANIS
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O acidente ocorreu em 31 de maio de 2009, com um Airbus 330 da companhia Air France  que decolou do Rio de Janeiro com destino a Paris, transportando 216 passageiros de 32 nacionalidades diferentes, nove comissários e comissárias de bordo e três pilotos. A aeronave caiu no oceano Atlântico, perto da costa brasileira e nenhuma pessoa a bordo sobreviveu. 

As investigações ficaram a cargo do Escritório de Investigações e Análises (BEA, sigla em francês), uma vez que o avião foi fabricado no país, onde era matriculado. O relatório final apontou que o acidente foi causado por uma combinação de erros humanos e falhas técnicas.

A principal causa, segundo os especialistas, foi o congelamento das sondas de velocidade Pitot, que gerou incoerência nas informações de voo, provocando a queda do piloto automático. No entanto, as duas empresas sempre recusaram qualquer responsabilidade no caso, destaca o jornal Libération

Revolta das famílias das vítimas

O diário lembra que o caso foi arquivado em 2019, em favor da Airbus e da Air France, suscitando uma grande revolta por parte das famílias das vítimas. No entanto, foi reaberto em 2021, graças ao juiz francês Eric Halphen, especialista em casos complexos envolvendo políticos e grandes empresas. O magistrado concluiu que houve falta de ações da parte das duas gigantes da aeronáutica em relação ao congelamento das sondas Pitot, um problema que não era novo na aviação.

O Libération entrevistou Laurent Magnin, presidente da companhia XL Airways até 2010, e Marc Rochet, presidente da empresa Air Caraibes. Alguns meses antes do acidente com o AF 447, ambos se viram diante de problemas similares ao que causou o acidente do Airbus 330 em 2009.

Temendo tragédias, Magnin e Rochet decidiram substituir as sondas Pitot de suas aeronaves. Segundo eles, na época, a Direção Geral da Aviação Civil da França e a Airbus foram notificadas e sabiam do problema. 

A Airbus e a Air France podem ser condenadas a pagar uma multa de até € 225 mil, caso o Tribunal Correcional de Paris decida responsabilizá-las pela tragédia. O valor é irrisório diante da magnitude desta tragédia, diz Libération.

O processo, que deve durar nove semanas, tem o objetivo de melhorar a segurança no setor da aviação. O diário diz esperar que não sejam exoneradas "as responsabilidades diante da catástrofe mais mortal da história da aviação francesa". 

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