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Reencontros e depoimentos marcam primeiro dia do processo do atentado em Nice

Mais de seis anos depois os franceses relembram o drama de mais um ataque terrorista, com a abertura, nesta segunda-feira (5), do processo do atentado de Nice, de 14 de julho de 2016. "É uma maneira de fechar o livro", destaca o título do Libération desta terça-feira (6), ao reproduzir a declaração de Stéphanie, de 37 anos, que assistia com seus três filhos a queima de fogos da Festa Nacional francesa.

Um esboço artístico mostra o tribunal no início do julgamento de oito indivíduos por seu papel nos ataques de 14 de julho de 2016 no Passeio dos Ingleses, em Nice, em que 86 pessoas morreram. No tribunal de Paris, na Ile de la Cite, em Paris, França, 5 de setembro de 2022.
Um esboço artístico mostra o tribunal no início do julgamento de oito indivíduos por seu papel nos ataques de 14 de julho de 2016 no Passeio dos Ingleses, em Nice, em que 86 pessoas morreram. No tribunal de Paris, na Ile de la Cite, em Paris, França, 5 de setembro de 2022. REUTERS - ELISABETH DE POURQUERY
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Stéphanie, que sempre acompanhou a queima de fogos desde criança, como tantos outros franceses, hoje só consegue assistir o evento pela janela.

O diário descreve este primeiro dia de processo como uma grande enumeração das partes civis e a apresentação dos acusados. Uma oportunidade de reencontro para as vítimas. Elas se reconhecem e trazem à tona as memórias desse momento de pânico, quando Mohamed Bouhlel, um tunisiano de 31 anos, matou 86 pessoas e feriu outras 400 ao invadir o calçadão da orla com seu caminhão. Ele foi morto pela polícia em seguida. Outros oito acusados serão julgados, três deles por associação ao terrorismo criminoso.

Esboço mostrando os suspeitos da esquerda para direita: atrás, Artan Henaj, Chakri Chafroud, Ramzi Arefa, e abaixo, Mohamed Walid Ghraieb, Endri Elezi, Makzim Celaj e Enkeledka Zace tribunal de Paris na Ile de la Cite, em Paris, França, 5 de setembro de 2022.
Esboço mostrando os suspeitos da esquerda para direita: atrás, Artan Henaj, Chakri Chafroud, Ramzi Arefa, e abaixo, Mohamed Walid Ghraieb, Endri Elezi, Makzim Celaj e Enkeledka Zace tribunal de Paris na Ile de la Cite, em Paris, França, 5 de setembro de 2022. © Elisabeth de Pourquery/France TV via AP

Le Monde enfatiza a angústia revisitada pelas vítimas com o início do julgamento, lembrando que, devido ao trauma, os habitantes locais, por muito tempo, evitaram os passeios na calçada da praia, próxima ao incidente. Cerca de 30 mil pessoas estavam presentes ao evento da Festa Nacional francesa, no chamado Passeio dos Ingleses.

"Lágrimas, esperança e dúvidas", sintetiza o título do Le Parisien desta terça-feira. Como o processo se passa em Paris, o artigo destaca a presença reduzida do público na capital francesa, quando muitos acompanham a transmissão ao vivo do Palácio do Congresso Acrópolis, de Nice, deste julgamento previsto para durar três meses, com 2,5 mil vítimas diretas ou indiretas.

Último grande julgamento

O jornal La Croix explica que, diferentemente do atentado de 13 de novembro, que dedicou grande parte do julgamento aos depoimentos das vítimas, no caso de Nice, apenas as pessoas que estavam na trajetória do caminhão serão ouvidas, reservando a elas quatro semanas do processo.

O diário Les Echos alerta para o risco de frustração para as vítimas, neste que é o último grande julgamento da onda de atentados que atingiu a França nos anos de 2010, depois dos processos dos atentados do Stade de France e do Bataclan, de 13 de novembro de 2015, e do ataque ao Charlie Hebdo.

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