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Tragédias do verão de 2022 mudam percepção dos franceses sobre mudança climática

Seca, incêndios florestais, temperaturas de 40°C e, para completar, chuvas, inundações e um tornado com rajadas de ventos de até 224 km/h na ilha da Córsega deixam os franceses e a imprensa em estado de alerta. Este verão de 2022 entrará para os anais como o momento em que a França se conscientizou de que as catástrofes decorrentes da mudança climática não são um problema do futuro, mas uma realidade do presente.

Bombeiros na Córsega, que foi atingida por tempestades violentas em 18 de agosto de 2022.
Bombeiros na Córsega, que foi atingida por tempestades violentas em 18 de agosto de 2022. © PASCAL POCHARD-CASABIANCA/AFP
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O jornal Le Monde escreve em sua manchete: "A bacia do Mediterrâneo registra um aquecimento acelerado, mais rápido do que outras regiões do mundo". Além dos cinco mortos na Córsega, na madrugada de quinta-feira (18), vítimas do tornado que se formou em poucos minutos, inédito na memória dos habitantes, 38 pessoas morreram desde quarta-feira (17) na Argélia, na outra margem do Mediterrâneo. Isto em virtude de incêndios devastadores e temperaturas superiores a 48°C. As consequências desse aquecimento serão duradouras, adverte o Le Monde, com a elevação do nível do mar, a redução das áreas de plantio e ameaças aos ecossistemas.

O jornal Le Parisien busca responder a uma crescente controvérsia: os serviços de meteorologia falharam ao não emitir alertas sobre a formação do tornado na Córsega ou a intensidade das chuvas que inundaram o metrô de Paris esta semana? 

Especialistas afirmam que por mais que os modelos de previsão do tempo tenham sido aperfeiçoados nos últimos anos, é praticamente impossível prever a intensidade de fenômenos complexos como o que atingiu a Córsega. 

Condenação a investimentos em petróleo e gás

Já o Libération denuncia que o maior organismo de previdência do setor privado, que paga pensões de aposentadoria complementar a 13 milhões de franceses, tem em seu portfólio de investimentos 51% de ações de empresas poluentes, sobretudo do setor de petróleo e gás. 

No momento em que a energia proveniente de fontes fósseis estão condenadas e o planeta precisa substituí-las rapidamente por fontes renováveis, o jornal considera um absurdo que os franceses continuem financiando a indústria de petróleo e gás.  

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