Inflação: França autoriza reutilização de óleo de cozinha como combustível
Os deputados franceses aprovaram na noite de quinta-feira (21) para esta sexta-feira (22) a utilização de óleo alimentar usado como combustível, quando avaliavam, em primeira leitura, o projeto de lei sobre o poder aquisitivo, atualmente em análise na Assembleia Nacional da França.
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A autorização acontece em resposta a uma emenda apresentada pelo deputado Julien Bayou, do partido Europa Ecologia – Os Verdes (EELV, na sigla em francês), que recebeu parecer favorável do governo.
De acordo com os argumentos defendidos pelo deputado ecologista, 10 litros de óleo usado devidamente reprocessados podem render até 8 litros de combustível. Além disso, o “combustível reaproveitado” ainda emitiria até 90% menos gases de efeito estufa do que o diesel convencional.
"É ilegal na França, mas muito difundido na Europa e em nossas regiões, mas de forma clandestina", declarou Julien Bayou na Assembleia, destacando o interesse da utilização deste combustível sob o ponto de vista da proteção ambiental, mas também do poder de compra, tema amplamente debatido atualmente no país.
Amendement huile de friture voté et bien voté !#PJLPouvoirdAchat #DirectAN
— Julien Bayou (@julienbayou) July 22, 2022
En France on a pas de pétrole mais on a de l’huile de friture. https://t.co/61dtANGWmt
"Isso pode fazer algumas pessoas rirem, mas é um elemento de independência energética", continuou Bayou. "É melhor depender das barraquinhas de batata frita do Norte [do país] do que do petróleo das monarquias petrolíferas", avaliou. "Na França, não temos petróleo, mas temos óleo de fritura", brincou o deputado em uma publicação em sua conta no Twitter.
Até então, esse tipo de utilização de óleos reprocessados continuava proibida porque não integrava o grupo de combustíveis homologados pelo governo.
Poder de compra
Esperado pelos franceses diante da inflação galopante, o projeto de lei sobre o poder aquisitivo começou a ser debatido na segunda-feira (18) na Assembleia Nacional francesa, onde os partidos de oposição já propuseram mais de mil emendas. O projeto de lei tem 20 artigos "sobre medidas emergenciais de proteção do poder de compra".
(Com informações da AFP)
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