França: onda de calor avança para o leste enquanto fogo continua a devastar florestas
A forte onda de calor que atinge a França está se deslocando para o leste do país, mas os incêndios florestais continuam a consumir a costa atlântica. A temperatura em Paris deve ultrapassar 40°C nesta terça-feira (19).
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Com informações dos enviados especiais da RFI à Gironde, Simon Rozé e Sylvie Koffi, e da AFP
A Météo France, serviço nacional de meteorologia, suspendeu hoje a "vigilância vermelha" de 15 departamentos da costa atlântica, marcando o fim do episódio de calor intenso. A agência também alertou que tempestades violentas ocorrerão hoje nas regiões dos Altos-Pirineus e de Béarn.
A promotoria de Bordeaux anunciou que um homem foi detido como parte da investigação sobre o incêndio em Landiras. No final da tarde de ontem, um novo foco foi deflagrado em Vensac, no Médoc, o que consumiu 70 hectares de vegetação.
Na região da Gironde, no sudoeste, o combate ao fogo continua complicado. Mais de dois mil bombeiros de toda a França, apoiados por recursos aéreos significativos, estão mobilizados contra os dois incêndios gigantes que queimaram 4.700 hectares de floresta em La Teste de Buch e 12.000 hectares em Landiras, de acordo com as últimas informações das autoridades de Gironde na segunda-feira à noite.
Bombeiros cansados
Os bombeiros mostram exaustão, como admite o capitão Alexandre. “De uma maneira geral, depois de quatro dias tão intensos, começamos a sentir cansaço, mas nós continuamos determinados. E, claro, graças à solidariedade que nos mostram as pessoas que moram na região”, disse à RFI.
Dezesseis mil pessoas tiveram que de deixar a área ontem por causa do calor escaldante de mais de 40°C, elevando para 36 mil o número de pessoas que abandonaram suas casas ou alojamentos de férias.
As últimas duas noites foram particularmente difíceis. As temperaturas permanecem altas, ultrapassando 40°C em Teste de Buche e ventos fortes continuam a atiçar as chamas, apesar das estratégias para conter o fogo.
Habitantes e turistas fogem do fogo
Vários vilarejos, como Villandraut, com pouco mais de mil habitantes, estão vazios, apesar da temporada estival de férias. Dois policiais e um representante da prefeitura vão de casa em casa, para pedir às pessoas que deixem a área.
“Estou empacotando tudo da melhor forma possível, não temos nem caixa de transporte para o gato”, descreve uma jovem à RFI, apressando-se a colocar algumas bagagens no porta-malas do carro. Apesar da partida precipitada, ela entende a decisão das autoridades: “Infelizmente temos de partir, mas poderia ser outra pessoa, outra família”.
Mas nem todos estão dispostos a deixar suas casas. "Eu não vou embora. Eu tenho muitos animais, quem vai me ajudar?“, repreende uma senhora idosa.
Magali, outra residente, fez as malas às pressas. Ela descobriu no site da prefeitura que precisava sair o mais rápido possível. Ela admite estar um pouco assustada. “Digo para mim mesma: se for só a fumaça, tudo bem, mas e se o fogo vier?”, questiona.
Esta terça-feira também será complicada: mesmo que o alerta vermelho de calor tenha sido levantado no departamento, o calor ainda estará presente e o vento não facilitará a tarefa dos bombeiros.
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