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França enfrenta nova onda de calor intenso, ameaçando florestas e geleiras

Depois da Espanha e de Portugal, agora é a vez da França enfrentar mais um período de altas temperaturas, o segundo em apenas um mês. A nova onda pode durar até dez dias, principalmente no oeste do país, com temperaturas se aproximando dos 40°C.

Veranistas em Biarritz, no sudoeste da França, onde as temperaturas chegaram aos 40°C em 18 de junho de 2022.
Veranistas em Biarritz, no sudoeste da França, onde as temperaturas chegaram aos 40°C em 18 de junho de 2022. AP - Bob Edme
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O alerta de capa do jornal Libération desta quarta-feira (13) não poderia ser mais claro e impactante. Vermelho no alto e ganhando em tons amarelo e laranja para baixo, a sensação é de calor visual, acompanhada da pergunta: "Mudanças climáticas, vamos continuar assim?".

O editorial do diário dá destaque a declarações de Christophe Cassou, especialista em clima, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “Estou furioso de certa forma, porque o que estamos vivendo foi antecipado e corresponde ao que os cientistas falam há muito tempo. Como é que ainda se pode negar tal gravidade? Não tem sentido.”

Cassou vai mais longe e diz que logo será tarde demais para tentar se adaptar às altas temperaturas cada vez mais frequentes.

A onda de calor que se instala na França pode ser de maior intensidade e duração do que a de 2003, que provocou a morte de milhares de pessoas e tornou recorrente o termo “canicule”, que se refere às temperaturas extremas durante o verão.

Fendas nas geleiras

Uma reportagem do jornal Le Figaro trata das consequências das mudanças climáticas para o Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa. Além das geleiras que derretem mais rápido, uma fenda apareceu em um cume a 4.600 metros de altitude, no itinerário de uma das rotas mais frequentes da região.

Os cientistas ainda não apresentaram uma hipótese para a fenda, mas poderia ser o “início de movimentos da parte alta da geleira para baixo”, estima Ludovic Ravanel, especialista em efeitos das mudanças climáticas em montanha. “Quanto mais o aquecimento global avança, podemos notar os efeitos em grandes altitudes.

O jornal Le Parisien destaca outra consequência nefasta do efeito estufa: os incêndios florestais. No sudoeste da França, dois focos na região da Gironde ganharam intensidade na última noite, consumindo mais de mil hectares de vegetação. Seis mil pessoas tiveram de deixar as áreas afetadas.

A expectativa das altas temperaturas também fez com que várias cidades cancelassem os tradicionais fogos de artifício das comemorações do 14 de julho, a festa nacional da França.

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